09-07-2008 - Hospital de Joinville: Deveria abrir hoje, mas vai levar mais dois meses

Paredes bem pintadas, ar-condicionado instalado. Mas nenhum móvel nem vestígio de médico ou um paciente sequer. O silêncio nos corredores e grandes salas vazias atestam: o início do atendimento no Complexo Emergencial Ulysses Guimarães, no Hospital Municipal São José, em Joinville, que deveria começar hoje, está atrasado. Levará mais dois meses para começar os atendimentos. Ou seja: 9 de setembro. "Se tudo correr bem, esse é o prazo", diz Armando Dias Pereira Júnior, diretor executivo da Secretaria Municipal da Saúde.
É mais um adiamento na obra que deveria ter sido entregue em maio de 2006. Hoje, 9 de julho era o prazo-limite dado pela Prefeitura e pela direção do hospital para parte do prédio do complexo começar a funcionar. São exatos dois meses após a entrega da obra, em 9 de maio. Obra inaugurada, mas não concluída.
As chaves ainda não foram oficialmente entregues, o que impede, na prática, a utilização da área de 4,2 mil m2. O prédio até poderia começar a ser usado, mas qualquer reclamação de algo que não foi feito como está no projeto não poderia mais ser feita.
"A empreiteira atrasou. Deveria ter encerrado tudo até dia 30 de junho. Ganharam mais prazo, e esperamos que tudo esteja concluído até o início da próxima semana", diz o diretor executivo do hospital, Osmar de Oliveira. São detalhes como os bate-macas, tábuas nas paredes dos corredores.
Esse não é o único problema. Nos dois últimos meses, equipamentos como o raio X, macas e equipamentos de escritório deveriam ter sido comprados, mas a licitação atrasou. Só foi lançada na semana passada.
"Houve três adiamentos porque o dinheiro não era liberado. Aí, a licitação é automaticamente suspensa. O dinheiro vem do Estado e agora está disponível. É que, pelo rigor do Tribunal de Contas, há demora na prestação de contas entre governo municipal e estadual", explica Pereira. Quase todo o mobiliário e os equipamentos serão novos. O investimento será de R$ 1,6 milhão.
Entre os aparelhos ainda não comprados, um microscópio mais potente para cirurgias oculares. E um aparelho de raio X exclusivo em uma sala.

Em 9 de maio, no dia da inauguração da primeira etapa do Complexo Ulysses Guimarães, "AN" mostrou o que estava pronto e o que que ainda faltava para concluir toda a obra, que deveria ter sido entregue ainda em 2006. 

IMPRIMA, GUARDE E COBRE 
A nova promessa é de que a primeira etapa do Complexo Ulysses Guimarães comece a funcionar em setembro. A previsão é do diretor executivo da Secretaria de Saúde, Armando Dias Pereira Júnior: "Se tudo correr bem, esse é o prazo". 

Saiba mais
 
UMA REFERÊNCIA 
O tratamento de traumas do Hospital São José é umas das referências na região. A ocupação do pronto-socorro, em função disso, chega a 165% e provoca constante superlotação. 

09-07-2008 - Elevadores devem ser entregues em 90 dias
Em dois dos três andares, ainda há homens trabalhando. Numa das alas que vai ganhar mais espaço, a de queimados, o local onde ficarão as banheiras de hidromassagem está sendo montado. Nem sinal das banheiras. Ontem, o revestimento metálico nas paredes estava sendo colocado.
Nesse setor, a espera deverá ser ainda maior. O problema são os elevadores. Para pacientes, é o único jeito de chegar aos 20 novos leitos exclusivos para queimados. Eles ficam no terceiro e último piso. Mas levarão cerca de três meses para serem entregues. "É um problema no País inteiro. Abrimos três licitações e só na última uma empresa apareceu. Davam prazo de até seis meses, mas negociamos para reduzir à metade", diz o diretor executivo da Saúde, Armando Dias Pereira Júnior.
O Hospital São José é referência estadual no atendimento a queimados. Hoje, são apenas quatro leitos. É uma das recuperações mais demoradas. Em média, são dois meses de internação.

09-07-2008 - A demora em uma obra emperra a outra
A demora na ocupação de parte do Complexo Ulysses Guimarães pode atrasar também a conclusão da segunda parte da obra, que já está sendo executada. A previsão inicial de entrega da estrutura física para dezembro deste ano dificilmente será concluída. "Não é problema de falta de verba. Tivemos alguns contratempos também", diz o diretor executivo da Secretaria da Saúde, Armando Dias Pereira Júnior.
A segunda etapa da obra evoluiu de dois meses para cá. Especialmente a ligação do novo complexo com o velho prédio, que está praticamente pronta. Para avançarem as obras da segunda etapa, será preciso demolir o atual pronto-socorro. Antes, é preciso que o atendimento tenha migrado para a parte concluída mas não entregue do complexo. Essa transição será uma das partes mais complicadas, segundo o diretor executivo do hospital, Osmar de Oliveira. É que será preciso levar, também, pacientes. São estimados 30 dias para essa mudança.

Fonte: AN - 09-07-2008


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