21-08-2008 - Banco de leite em Joinville é modelo Rigor nas doações

Considerada “Hospital Amigo da Criança”, desde 1994, maternidade segue à risca dez passos preconizados para incentivar aleitamento materno A quase três décadas ao lado das mães da região, o banco de leite atende uma média de 1.470 mulheres por mês. A clientela são especialmente as que têm filhos da instituição e apresentam alguma dificuldade em amamentar. Lá, as enfermeiras dão as orientações técnicas de como fazer a “pega” correta para evitar intercorrências como fissuras, engurgitamento (leite empedrado), entre outros problemas que podem servir como desculpa para interromper a amamentação.
As mães que têm muito leite podem fazer doação. Para isso, elas estão submetidas a triagem médica, realizando exames como HIV, Hepatite B e Sífilis. O leite coletadoé armazenado congelado em potes esterilizados, podendo permanecer no máximo 15 dias. “Depois disso, ele perde as propriedades”, explica a técnica em enfermagem, Regina Sgrott, que há 13 anos tem a tarefa de incentivar a prática. O leite doado passa por processo de pasteurização, eliminando substâncias que podem comprometer sua qualidade. “Ele é doado para o recém-nascidos que estão internados na unidade neonatal”, explica a enfermeira.
Em média, são distribuídos 3.500 ml por dia. A média mensal é de 70 litros, mas durante o inverno a oferta cai. “Já chegamos a registrar 300 litros/mês”,comemora Regina, destacando que a instituição em programações especiais, como a Semana Mundial da Aleitamento Materno tem como personagem a“Mãe Coruja”, uma boneca gigante que alegra a campanha. O banco de leite encerrou o mês de julho com números positivos. Foram coletados internamente 12.295 mililitros e externamente 64.020 mililitros, totalizando 76.315 mililitros de leite. Dos quais foram pasteurizados 42 mil mililitros, atendendo 278 recém-nascidos. “O leite cru é permitido quando é a própria mãe que amamenta ou ordenha”, explica Regina,lembrando que a extração pode ser feita com copinhos, seringas ou sondas A pasteurização leva em média 3 horas e meia, matando os microorganismo.
Depois de processado, o leite é analisado, testando sua acidez e presença de coliformes fecais. Só depois disso, ele é liberado para consumo. “Nossa qualidade é de 101%”, atesta a enfermeira, destacando que o processo deixa o leite livre de qualquer tipo de infecção. Trabalho da Maternidade Darcy Vargas para incentivar o aleitamento é reconhecido pelo Ministério da Saúde A Maternidade Darcy Vargas é destaque em Santa Catarina no trabalho que realiza para incentivar o aleitamento materno. Com 28 anos de serviços prestadosà comunidade da região, o banco de leite da maternidade foi reconhecido, em 1999, pelo Ministério da Saúde como referência em Santa Catarina, sendo considerado o melhor da rede pública de saúde. Além dele, existem mais 11 bancos de leite no estado: Blumenau, Florianópolis, Itajaí, Lages, Mafra, Rio Negrinho, São José, Tubarão e Utuporanga. O reconhecimento é fruto do trabalho, que, além de promover o aleitamento materno, desenvolve atividades de pesquisa e controle da qualidade do leite ordenhado.
A instituição também presta consultoria técnica para 12 bancos de leite localizados em outros municípios. Às vésperas da Semana Mundial do Aleitamento Materno, promovida de 1º a 7 de agosto, as enfermeiras do banco de leite orientavam, na tarde do dia 29, a dona de casa Cristiane Alonso a amamentar o recém-nascido Isaque, superando as rachaduras. “O bebê precisa pegar mais a aureola do que o bico, se não começa a machucar o peito”, ensina a técnica em enfermagem, Lia Fátima. Também a mãe de primeira viagem, a estudante Ana Paula Monteiro, de 15 anos, aprendia naquela tarde as técnicas de como alimentar a filha Evelyn, nascida com 3.120 kilos de parto normal. Assim como Cristiane as mães são estimuladas a amamentar os filhos desde a primeira hora. Graças a esse trabalho a maternidade conquistou em 1994 o título de “Hospital Amigo da Criança”, concedido pela Unicef para instituições que cumprem os dez passos preconizados para o incentivo do leite materno, contribuindo para redução dos índices de mortalidade infantil e refletindo em mais qualidade de vida.
Entre os passos preconizados, está a adoção exclusiva do leite materno até os seis meses de vida. Com isso, as crianças ficam menos sujeitas a alergias, não sofrendo também de enjôos e cólicas já que a digestão é mais fácil. O aleitamento materno ainda previne infecções, obesidade, colesterol alto e alergias. Além dos benefícios para a criança, a amamentação previne hemorragias maternas após o parto, reduzindo o risco de câncer de mama e do ovário. Saiba mais A Maternidade Darcy Vargas foi fundada em 16 de abril de 1947 com objetivo de prestar serviços obstétricos e neonatológicos para a população do norte de Santa Catarina. A qualidade dos serviços prestados a projetou como referência estadual no atendimento mãe-filho-família. Hoje, a maternidade realiza em média 650 partos/mês, oferecendo 140 leitos e 10 leitos na UTI Neonatal. Desde 1993, o trabalho da instituição se ancora nos princípios de humanização, excelência, ética e inovação.

Fonte: Jornal da ALESC - 21-08-2008


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