19-11-2008 - Polícia apura ação de falsos médicos

A Polícia Civil de Araquari, no Norte do Estado, está investigando um grupo que receitava óculos sem conhecimento médico. No sábado, três pessoas foram presas pela irregularidade. João Maria Pires, 59 anos, foi detido em flagrante por usar o registro de outro médico nas consultas, o que configura exercício irregular da medicina. Délsio Gões Correa, 30, recepcionava os pacientes. Rogério Alves Pires, 47, era quem vendia os óculos. Todos são de Guarapuava (PR) e estão no Presídio de Joinville.
A Polícia Civil de Araquari chegou até o esquema, que funcionava em uma sala do Sindicato Rural do município, após denúncia. Uma mulher teve problemas com um óculos receitado pela quadrilha, voltou ao consultório, foi atendida por um médico diferente e recebeu outro diagnóstico: o de glaucoma. Desconfiada, procurou um oftalmologista em Joinville e descobriu que os óculos receitados não resolveriam seu problema. Resolveu procurar a polícia.


19-11-2008 - Preso teria tentado subornar policiais

A quadrilha agendava cerca de duas consultas por mês em Araquari. Eram cobrados R$ 30 por consulta e entre R$ 600 e R$ 700 por óculos. Como Araquari não tem consultórios oftalmológicos nem óticas, outros moradores caíram na farsa, segundo a Delegacia de Polícia Civil.
Nas consultas agendadas para sábado, 15, o esquema foi desfeito. O falso médico, João Maria Pires, teria tentado subornar os policiais oferecendo R$ 1 mil, durante a abordagem. Ele usava o registro de um médico de Curitiba (PR), que foi contatado pela Polícia Civil de Araquari e disse nunca ter atendido em Santa Catarina.
O trio foi preso por estelionato, exercício irregular da medicina, tentativa de suborno e formação de quadrilha. Há suspeitas de que a quadrilha tenha aplicado o mesmo golpe em outros municípios pequenos do interior do Paraná. A polícia investiga a participação de outras três pessoas, além de João, que também atenderiam pelo mesmo esquema com registros de outros médicos.
João Pires tem 10 passagens pela polícia, mas a delegacia não soube esclarecer quantas seriam por causa desse mesmo crime. O presidente do Sindicato Rural José Ernesto, 62, alegou ter sido vítima de dois golpes.
- Acreditei que o serviço era de confiança, quando alugaram a sala, há uns cinco meses. E também me consultei. Fiz óculos, paguei, estou enxergando bem. Só fiquei sabendo desse esquema pela polícia.

Fonte: Diário Catarinense - 19-11-2008


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