O objetivo nos próximos meses é fazer um check-up detalhado, uma tomografia computadorizada. Mas assim, “a olho”, o novo diretor-presidente do Hospital Municipal São José, o médico anestesiologista Tomio Tomita, que tomou posse ontem, já pôde constatar uma série de “doenças” na maior autarquia do governo de Joinville. Um pedido de ajuda financeira à Prefeitura, enxugamento de gastos, auditoria de obras, abertura de novos leitos e restabelecimento da credibilidade com fornecedores estão entre os primeiros remédios receitados ao São José, no começo desta gestão.
A dívida chega a R$ 13 milhões. Isso só de levantamento parcial dos últimos dois anos e algumas contas anteriores sem datas específicas. “Muita coisa foi feita no fio do bigode. Não sabemos quantos medicamentos utilizamos em alguns setores”, diz Tomita. O diretor executivo Renato Monteiro, que também assumiu ontem, garante que a “caneta é bem pesada” (em referência ao cargo, um dos mais desafiantes da administração).
Um pedido de ajuda financeira à Prefeitura, para cobrir os encargos sociais de funcionários, será o primeiro remédio às contas, mesmo que paliativo. O hospital gasta cerca de R$ 3,1 milhões com salários, R$ 700 mil dos quais só com encargos sociais (previdência, por exemplo). Como é compromisso do hospital pagar esses encargos, o dinheiro está tendo que ser retirado do recurso que vem do Fundo Municipal de Saúde, que deveria ser usado na compra de remédios e equipamentos.
O prefeito Carlito Merss (PT) acenou com a possibilidade de cobrir os encargos e liberar o dinheiro do fundo para outras despesas. O acerto depende de nova conversa, ainda sem data, com a diretoria, que dá a ajuda como certa. “O São José é a prioridade número um dentro da principal prioridade deste início do governo, que é a saúde”, reafirmou. Além da ajuda, Carlito pretende trazer mais verbas dos governos estadual e federal para o hospital.
QUEM SÃO
TOMIO TOMITA
DIRETOR-PRESIDENTE, 45 ANOS.
Nascido em Loanda (PR), formou-se em medicina pela Universidade de Mogi das Cruzes (SP) em 1989. Tem especialização em anestesiologia pela Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, onde trabalhou por dois anos. Veio para o Hospital São José em 1994. Foi coordenador do centro cirúrgico e do departamento de anestesiologia. Ocupou o cargo de preceptor da residência médica e a gerência técnica do hospital, antes da posse. Atua em outros hospitais da cidade.
RENATO MONTEIRO
DIRETOR EXECUTIVO, 43 ANOS.
Nascido em Campinas (SP), mora há 18 anos em Joinville. Formou-se em história pela PUC de São Paulo e em direito pela Associação Catarinense de Ensino (ACE), em Joinville. Era dono de farmácia e foi advogado do prefeito Carlito Merss (PT) durante a campanha eleitoral. Tem experiência em administração de empresas.
Fonte: AN - 13-01-2009