13-03-2009 - Joinville: São José tenta reaver alvará

A direção do Hospital Municipal São José, em Joinville, entregou ontem à Vigilância Sanitária Estadual o relatório de ações que foram feitas nas últimas semanas para reaver o alvará sanitário. O documento é um atestado de que o local é limpo e seguro e, no caso do São José, não é renovado desde outubro do ano passado, por uma série de problemas.
Na segunda-feira, fiscais da Vigilância Sanitária devem voltar a vistoriar as instalações para comprovar se o alvará pode ser liberado ou não.
Segundo a assessoria de imprensa do hospital, a maioria dos problemas foi resolvida. A transferência da farmácia interna, em condições precárias, já foi iniciada, mas não deve ser concluída a tempo. O hospital aposta na demonstração de boa-vontade em resolver as pendências.
O diretor-presidente do São José, Tomio Tomita, disse que só voltará a falar do assunto depois de novas conversas com a Vigilância. Hoje, a Secretaria Municipal de Saúde deve liberar um balanço oficial dos reparos feitos.
Em uma visita de Tomita à Vigilância Sanitária, no fim de fevereiro, o órgão estadual recomendou que o hospital agilizasse a solução dos problemas, principalmente os mais graves.
De acordo com a diretora estadual da Vigilância, Raquel Ribeiro, o alvará não será renovado se os problemas maiores não forem resolvidos. Segundo ela, também não há a possibilidade de o hospital receber um alvará provisório. “Isso não existe”, afirma a diretora da Vigilância.
Entre as questões mais graves, Raquel cita a necessidade de transferência da farmácia interna para um local maior (obra já iniciada), a escrituração (controle) de medicamentos e melhorias na central de esterilização de equipamentos.
Em 7 de fevereiro, um dia depois que a falta de alvará foi divulgada, Tomita e a diretora da Vigilância Sanitária Estadual não quiseram falar em gravidade dos problemas que motivaram a suspensão do documento.
A alegação era de que a maioria deles era estrutural ou de fluxo (pronto-socorro lotado, falta de papel toalha nos banheiros, etc.), o que não exigia interdição. Eles afirmaram também que a falta de alvará sanitário é comum em hospitais públicos.
Procurada novamente após a declaração, a diretora da Vigilância comprometeu-se em levantar uma lista de outros hospitais no Estado que funcionam sem alvará. Até ontem, o levantamento não havia sido repassado para “A Notícia”. A diretora da Vigilância também não atendeu às ligações telefônicas.


Comissão busca as soluções
A direção do Hospital São José montou no mês passado uma comissão para cuidar dos problemas que impediram a renovação do alvará. Os 97 itens apontados pela Vigilância Sanitária foram divididos em 132 pelo hospital. A medida que cada um ia sendo resolvido, era riscado da lista, segundo o diretor do São José, Tomio Tomita.
Entre os problemas que precisam ser resolvidos estão a falta de emissão de alvará sanitário para construção da primeira parte do Complexo Emergencial Ulysses Guimarães, concluída no meio do ano passado, e a readequação da farmácia interna.
A farmácia antiga foi o único local que “A Notícia” teve permissão para fotografar. O local é o mesmo há cerca de 30 anos e sofre com infestação de cupins, falta de espaço, armazenamento inadequado e infiltrações.
“Sempre pedimos solução, mas os problemas se arrastam como se não existissem. Só agora notificaram”, reclama uma funcionária que trabalha há 15 anos no setor. Tomita diz que o hospital já providencia uma nova área, onde antes funcionava um auditório.
“AN” teve acesso a 42 de 97 problemas enumerados no ano passado pela Vigilância Estadual. Os demais itens não foram liberados por questão de ética, segundo o hospital, porque envolviam profissionais. Os itens vão desde atendimento médico a problemas estruturais.


Fonte: AN - 13-03-2009


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