Na UTI neonatal da Maternidade Darcy Vargas, em Joinville, as mães dos bebês recém-nascidos internados caminham atentas por entre as incubadoras. É o jeito para não esbarrar em nada. Algumas têm de se espremer com jeitinho para ter acesso às laterais da incubadora, por onde podem tocar seus bebês.
Daniela de Passos Alves, de 24 anos, mãe de Sara, de dois meses, viu o número de bebês atendidos na UTI aumentar bastante nos últimos meses. O bebê saiu da UTI e está na unidade de baixo risco. Sara, que nasceu prematura porque a mãe sofreu descolamento de placenta, enfrentou na UTI uma gripe que rondou o berçário. A disseminação de doenças é uma consequência da superlotação.
A UTI tem oito leitos. Muitas vezes quase o dobro de bebês ficam internados. Mas o espaço poderia ser reorganizado e o número de leitos, ampliado. Não fosse a falta de médicos especialistas em UTI neonatal.
O hospital tenta há dois anos pôr em operação mais dez leitos na UTI. Há espaço, equipamentos e uma equipe de enfermeiros e técnicos de enfermagem, chamados no último concurso público realizado em 2007. Faltam neonatologistas para atender mais pacientes com segurança. A direção do hospital afirma serem necessários de quatro a seis médicos para ampliar a unidade.
No último concurso, havia cinco vagas para neonatologistas. O sexto colocado já foi chamado. Mas o número de médicos contratados foi suficiente só para suprir a deficiência que havia no quadro geral. “Temos as vagas e os recursos, faltam médicos. É uma área em que há escassez de médicos na cidade e outros hospitais contrataram recentemente”, justifica o diretor Armando Pereira Dias. A direção e os médicos farão uma reunião amanhã para decidir o que fazer.
TRÊS ÁREAS NO BERÇÁRIO
A UTI é uma das três áreas que formam o berçário da Darcy Vargas. No mesmo espaço, estão a unidade semi-intensiva e o atendimento de baixo risco (para bebês que passaram pela UTI e estão perto de ter alta).
Fonte: AN - 12-05-2009