No limite
Ontem um paciente internado na UTI do Hospital São José teve de ser transferido para Florianópolis devido à falta de vagas. Em Joinville, faltam leitos hospitalares convencionais. No caso de UTIs, a situação é pior. O São José tem 14 leitos de UTI – outros seis são utilizados para terapia intensiva no pronto-socorro, mas não estão credenciados pelo SUS (portanto, o hospital não é remunerado). O Hospital Regional tem outros 20 leitos e pronto. O Complexo Emergencial Ulysses Guimarães vai abrir mais 40, mas é coisa para 2010. Quando não há vagas em outras cidades, pelo SUS, a Secretaria de Saúde arruma vagas na rede privada (Dona Helena e Unimed). Evidentemente, tem que pagar pelo serviço.
Os ameaçados jalecos
Os vereadores de Joinville derrubaram ontem parecer contrário de comissões e voltou a tramitar projeto que proíbe médicos e enfermeiros a usar jalecos fora do local de trabalho. Seria uma medida higiênica. Pelo que se viu ontem no debate, o projeto de Osmari Fritz será aprovado.
Mais caro
O plano de saúde dos servidores municipais de Joinville será reajustado em 12%. O aumento será aplicado quando o plano fizer aniversário.
Quem entrou em novembro do ano passado, por exemplo, terá de pagar 12% a mais a partir de novembro. São 6,5 mil associados.
Gripe
O secretário de Saúde de Joinville, Tarcísio Crocomo, alegou na coletiva de ontem que, como em qualquer doença, o número real de casos é maior do que o notificado.
Mais
Portanto, podem existir mais casos de gripe A por aí, em pessoas que não sabem que têm a doença. Outras até podem ter tido e se curaram. Em caso de sintomas, a recomendação é sempre buscar atendimento.
Geral
Não é hora de baixar a guarda
Procura nos postos de saúde diminuiu nos últimos dias, mas Prefeitura mantém estratégias de prevenção
A redução na procura por atendimento em postos de saúde de Joinville nos últimos quatro dias não fez recuar a preocupação da Prefeitura na prevenção à gripe A. O governo municipal avalia que o controle tem sido intensificado com assinatura de portarias e novas regras nos procedimentos em postos de saúde. A cidade tem 13 casos da gripe confirmados e 279 suspeitos, que aguardam exames que são feitos no Rio de Janeiro.
A Secretaria Municipal da Saúde não se anima com a queda dos atendimentos. “ Pode ser cíclico. Houve uma diminuição de 10% a 15% em alguns postos. No final de semana fez calor e é natural as pessoas procurarem com menos intensidade os postos de saúde. Agora, com a volta do frio, pode aumentar ” , diz o secretário da Saúde, Tarcísio Crocomo.
Pelos números da secretaria, somente no Pronto-atendimento 24 Horas (PA) da região Sul chegou a receber um pico de 800 atendimentos em 3 de agosto. Na sexta-feira foram 550 atendimentos, subiu para 700 na segunda-feira e ontem foram registrados 470. “ Sempre há um crescimento natural no número de pessoas que procuraram os postos de saúde durante o inverno. Voltamos ao atendimento normal ”, diz.
Atualmente, em Joinville, há 75 pessoas internadas com sintomas da gripe A. Quatorze estão em leitos de Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs) em hospitais públicos e privados da cidade. Mas as vagas para isolamento em UTIs têm sido o principal problema. Conforme o diretor-geral do Hospital Municipal São José, o médico Tomio Tomita, não há leitos suficientes para doentes com a gripe A. “ Hoje (ontem) precisamos transferir um paciente com os sintomas para Florianópolis por falta de leitos isolados no São José ”.
Durante uma coletiva de imprensa, ontem à tarde, o prefeito Carlito Merss fez questão de repetir que o decreto de situação de emergência tem como finalidade agilizar a contração de equipamentos e profissionais para o combate do vírus sem a necessidade de realizar licitações públicas. “ Não queremos criar pânico. As ações estão baseadas na racionalidade dos números ” , diz.
Cinco mortes da região sob investigação
A Secretaria Municipal da Saúde Joinville investiga as causas de cinco mortes na região Norte de Santa Catarina. Uma vítima é de Itapoá, outra de São Bento do Sul e três de Joinville. Todos tinham sintomas da gripe A.
A Vigilância Epidemiológica do Estado não confirma a investigação dos casos, por isso, os números não aparecem no quadro nesta página, já que “ A Notícia ” publica apenas os dados oficiais. Segundo o secretário da Saúde, Tarcísio Crocomo, a comunicação desses casos não quer dizer que as pessoas morreram de gripe A, mas que amostras de sangue foram enviadas para análise no laboratório do Instituto Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro.
A Secretaria de Saúde também divulgou ontem que não são realizados exames em todas as pessoas que apresentarem sintomas. Conforme a gerente da Vigilância em Saúde do município, Jeane Vieira, pessoas podem ser medicadas e tratadas em casa.
Para índios, vírus é “monstro”
O vírus da gripe A tem cara de monstro para as crianças indígenas que vivem em Santa Catarina. E, para vencê-lo, além da crença no deus supremo Nhanderu e na sabedoria do pajé, as famílias guaranis contam com a orientação de técnicos da Fundação Nacional de Saúde (Funasa).
A vulnerabilidade trazida pelos hábitos de vida é uma das preocupações dos profissionais com relação aos 9.318 índios em solo catarinense. Desde que a gripe A surgiu, 14 precisaram ser internados. Alguns ocuparam leitos nas unidades de terapia intensiva.
Até ontem, havia um caso suspeito e nenhum confirmado. Não houve mortes. Mas o elevado número de casos de gripe sazonal preocupa: 595. O trabalho da Funasa é de rotina, mas a gripe A intensificou as ações.
O H1N1 também exigiu um comportamento diferente, principalmente quando se trata de áreas guaranis. Estes índios mantêm a espiritualidade forte, e os técnicos tomam cuidado para não parecer mais uma imposição do branco. O hábito da visita a familiares, muito comum entre os guaranis, também foi motivo de conversa: é hora de adiar as viagens, principalmente para outros Estados, como Rio Grande do Sul e Paraná.
Como a gripe A é uma ameaça, a orientação é utilizar as dicas da medicina sem deixar de lado os rituais indígenas. As visitas das equipes da Funasa incluem a presença de médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e dentistas nas aldeias. Para facilitar o entendimento das crianças e dos adultos, índios traduzem as palavras para a língua guarani. A conversão no idioma português é feita por agentes de saúde e professores.
Novo boletim do ministério
O boletim divulgado ontem à tarde pelo Ministério da Saúde mostrou que há 368 mortes confirmadas no País por causa da gripe A. Em Santa Catarina, são dez. O Estado aparece em 5 º lugar, atrás de São Paulo (151 mortes), Paraná (81), Rio Grande do Sul (68) e Rio de Janeiro (45).
Embraco libera grávidas
Mesmo não tendo registrado nenhum caso de contaminação pela gripe A, a Embraco determinou que as trabalhadoras gestantes fiquem em casa pelo período de 30 dias, independentemente do tempo de gestação. A medida começou a vigorar ontem em Joinville.
Fonte: AN Portal - 19-08-2009