O ano mal começou e as preocupações com a dengue voltaram em Joinville. Cinco focos do mosquito foram encontrados na cidade nos primeiros dez dias de 2010. Entre eles, dois estavam em casas, o que não é considerado comum na cidade. Foi o suficiente para colocar em alerta a coordenação do Programa Municipal de Combate à Dengue.
Uma das casas onde foi encontrado foco do Aedes Aegypti faz parte das armadilhas distribuídas na cidade pelos agentes do programa. A outra, no distrito de Pirabeiraba, só foi encontrada por causa do monitoramento dos agentes. As larvas estavam na água parada em uma pia, no quintal da casa. Essa situação preocupa Luciane Almeida, coordenadora do programa.
Segundo ela, os moradores estavam em casa e não havia motivos para a falta de vigilância. “Agora, é bem possível que o mosquito esteja se proliferando na região por causa desse descuido”, diz Luciane. Agentes estão em alerta nas ruas para evitar a proliferação do mosquito transmissor da doença. Eles vão retornar aos 43 pontos de foco positivo encontrados em 13 bairros de Joinville em 2009 – 20 deles em Pirabeiraba.
“O distrito tem muita incidência de focos da dengue porque recebe fluxo direto de quem vem de outros estados. O alto número de transportadoras na região também contribui para esse índice”, afirma Alcides Pedro Silva, supervisor do programa.
Há pelo menos 1,8 mil armadilhas distribuídas em 700 pontos estratégicos de Joinville e região. Elas são colocadas a cada 300 metros ou a cada 100 casas e monitoradas semanalmente. Quando as larvas são encontradas, os agentes criam uma área de alerta em um raio de 300 metros do foco e passam a vistoriar a região a cada dois meses, durante um ano. Quem quiser denunciar possíveis focos pode ligar para o 156.
Chuvas aumentam o risco
A estação do ano também tem influência na proliferação do mosquito e a temporada de chuvas favorece a reprodução do inseto.
A umidade, seguida de dias de sol, auxilia na aceleração da reprodução do mosquito: os ovos podem sobreviver até 450 dias em local seco, mas ao receber água, eles voltam a ficar ativos, tornando-se larvas e virando mosquito em até cinco dias.
O supervisor apela para que donos de terrenos baldios tenham mais controle da limpeza e que a população se conscientize para não jogar lixo nestes locais. “Qualquer copinho de café jogado no chão pode se tornar procriadouro para o Aedes. Ele só precisa de água parada e parede firme para depositar os ovos”, explica Alcides.
Ele também avisa que a bromélia e outras flores com copo continuam na lista de possíveis focos de contaminação e que é mito a história de a bromélia possuir uma resina que extermina o mosquito. Quem quer manter essas plantas em casa deve lavá-la uma vez por semana, retirando sempre a água antiga.
EVITE FOCOS EM CASA
DENTRO DE CASA
- Não deixar acumular água em pratos de vasos e xaxins. Ao lavá-los passar pano, espoja ou bucha para eliminar completamente os ovos do mosquito.
- Lavar os bebedouros da aves e animais com uma escova, esponja ou bucha e trocar a água pelo menos uma vez por semana.
NO QUINTAL
- Limpar as calhas e a laje das casas, Se tiver piscina, lembrar de que a água deve estar sempre tratada.
- Manter as caixas d'água, poços, latões e filtros bem fechados.
- Guardar garrafas vazias de boca para baixo.
- Eliminar a água acumulada em plantas como bambus, bananeiras, bromélias, gravatás, babosa, espada de São Jorge, entre outras.
- Guardar pneus em locais onde não sejam alcançados pela água das chuvas.
- Verificar nos terrenos baldios se existem pneus, latas ou qualquer outro objeto que possa acumular água.
- Identificar na vizinhança a existência de casas desocupadas e localizar os donos para verificar se existem criadouros do Aedes Aegypti.
CUIDADOS COM O LIXO
- Manter o lixo tampado e seco.
- Tampar garrafas plásticas descartáveis, antes de jogá-las no lixo.
- Separar copos descartáveis, tampinhas de garrafas, latas, embalagens plásticas, enfim, tudo o que acumule água.
- Colocar em saco plástico, fechar bem e jogar no lixo.
- Lembre-se: a acomodação e o destino do lixo é um problema que atinge toda a população, tanto nas áreas urbanas quanto rurais. Guardar pneus em locais onde não sejam alcançados pela água das chuvas.
Fonte: AN 13-10-2010