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19-03-2008 - Hospital infantil de Lages luta para tratar câncer

Tratamento de melhor qualidade deixa de ser realizado em Lages porque instituição não está credenciadaA burocracia parece ser o maior obstáculo para que um importante e gratuito serviço passe a ser oferecido à população em uma das principais cidades de Santa Catarina. O Hospital Infantil Seara do Bem, de Lages, luta pelo credenciamento, junto ao Sistema Único de Saúde (SUS), do seu setor de oncologia pediátrica, o que garantiria melhores condições aos pequenos pacientes, aos profissionais que os atendem e à própria entidade.
Durante aproximadamente dois anos, o serviço foi prestado no Centro de Pesquisas Oncológicas (Cepon), instalado em anexo ao Hospital Geral e Maternidade Tereza Ramos, também em Lages. No entanto, por não ter perfil pediátrico, a instituição não pôde continuar os atendimentos, conforme determinam as portarias GM-2439, de 8 de dezembro de 2005, do Ministério da Saúde, e SAS-741, de 19 de dezembro de 2005, da Secretaria de Atenção à Saúde.
Tais condições do Tereza Ramos foram atestadas após uma vistoria feita por técnicos do Ministério da Saúde, em novembro do ano passado. Assim, a direção do Seara do Bem decidiu entrar na briga, uma vez que conta com toda a estrutura necessária, inclusive profissionais qualificados e UTI pediátrica, e também pela necessidade de não deixar a região sem atendimento adequado às crianças com câncer.
A partir de 18 de fevereiro deste ano, quando a oncologia pediátrica deixou de existir no Tereza Ramos, o Seara do Bem assumiu o serviço, mas ainda sem o credenciamento do SUS.

Quatro atendimentos em um mês
Em pouco mais de um mês, quatro pacientes já foram atendidos, dos quais, um menino de dois anos, que faleceu. Três, com leucemia, continuam em tratamento.
- Com o fim do serviço no Tereza Ramos, vimos que a região não poderia ficar sem, e decidimos iniciar os atendimentos na esperança de em breve sermos credenciados no SUS, o que melhoraria a qualidade do serviço e a remuneração do hospital e seus funcionários. Para todos os tipos de câncer, a média de cura é de 70%, mas, para isso, é necessário o diagnóstico precoce e o tratamento adequado, daí a importância da oncologia pediátrica em Lages - , diz a oncologista pediátrica do Seara do Bem, Maria Cristina Martins.

As portarias
Portaria GM-2439, de 8 de dezembro de 2005, do Ministério da Saúde: institui a Política Nacional de Atenção Oncológica: promoção, prevenção, diagnóstico, tratamento, reabilitação e cuidados paliativos, a ser implantada em todas as unidades federadas, respeitadas as competências das três esferas de gestão
Portaria SAS-741, de 19 de dezembro de 2005, da Secretaria de Atenção à Saúde: define as Unidades de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia, os Centros de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (Cacon) e os Centros de Referência de Alta Complexidade em Oncologia e suas aptidões e qualidades.

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Fonte: DC - 19-03-2008


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