09-04-2008 - Lages: Consumidor paga mais caro por remédios a partir de hoje

Além das pílulas, comprimidos, cápsulas e xaropes, agora os consumidores terão de engolir o reajuste dos remédios. A lista com cerca de 24 mil medicamentos vai representar um aumento médio de 3,18% nos preços de cada item. O reajuste foi anunciado pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (Cmed) no dia 14 de março e passa a valer a partir de hoje.
Os reajustes foram estabelecidos para três faixas diferenciadas de medicamentos. Os percentuais, de até 4,61%, 3,56% e 2,52%, foram definidos segundo o nível de competição nos mercados a partir do grau de participação dos genéricos nas vendas.
Entre os medicamentos, cerca de 8 mil terão o reajuste maior (de 4,61%), 2 mil estão na faixa intermediária, com alta de 3,56% e 14 mil terão o reajuste menor (2,52%). No ano passado, o reajuste máximo determinado pelo governo foi de 3,02%. Em 2006, o aumento chegou a 5,51%. Os medicamentos fitoterápicos e os homeopáticos não são submetidos a esse reajuste, assim como 900 apresentações com venda livre de receita.
Segundo a Cmed, o cálculo considerou o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o fator de produtividade e variação dos custos do setor. O próximo reajuste deve ocorrer em março de 2009.
O gerente de uma farmácia em Lages, Gilson Lima, conta que os clientes já estavam reclamando do reajuste antes mesmo de os novos preços vigorarem. Mas, ele acredita que a alta não vai influir nas vendas. "Quem precisa usar vai continuar usando", diz.
Os mais vendidos, como antibióticos e controlados, estão na lista do reajuste. O tranqüilizante Lorax que custava R$ 14,90 passa para R$ 15,68. O antibiótico Amoxil que antes custava R$ 29,00 à vista deve ficar em torno dos R$ 31,00 e o Amoxil, antes R$ 9,68, fica por R$ 10,20.

Remédios com aumento acima do permitido
Uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Defesa dos Usuários de Medicamentos (Idum) aponta que alguns dos medicamentos que têm preço controlado pela Cmed tiveram reajuste acima do permitido, entre abril de 2007 e março de 2008. A lista tem 208 itens. O maior aumento foi verificado no antidepressivo Citalopran, que passou de R$ 57,52 para R$ 87,75 (aumento de 52,56%). O antiparasitário Mebendazol foi reajustado em 11,04%, enquanto o anticoagulante Trombofob passou de R$ 10,64 para R$ 11,81 (11%), e a pomada cicatrizante Hipoglós foi reajustada em 8,26%.

Fonte: Correio Lageano - 09-04-2008


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