Suspeitas de superfaturamento de valores em procedimentos de cirurgias e fraude na montagem de processos para recebimento de seguro de DPVAT - Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores Terrestres - são algumas das acusações contra a Sociedade Mãe da Divina Providência, mantenedora do Hospital Nossa Senhora dos Prazeres, que desde ontem, está sob investigação pela Polícia Federal e o Ministério Público Federal.
A operação especial foi montada dentro do mais absoluto sigilo. Está presidindo as investigações o delegado Nelson Napp da Polícia Federal de Lages. Ele contou com apoio de um analista pericial contábil e uma analista médica, da Procuradoria-Geral da República em Brasília. Os policiais passaram quase todo dia vasculhando documentos e recolhendo evidências que levem à comprovação dos crimes. Participaram ainda, um perito em informática e dois peritos contábeis designados pela Superintendência da Polícia Federal em Santa Catarina.
"As denúncias de fraude são bastante consistentes, estão fundamentadas e têm indicação de nomes de pacientes, empresas, do diretor responsável e demais envolvidos. Com base nisso foram deferidos os mandados de busca cumpridos ontem. A operação foi bem conduzida e a partir de agora vamos analisar os documentos para proceder as investigações", explicou o procurador da República, Nazareno Jorgealém Wolff.
Ele observa que, se houver a confirmação de superfaturamento o Ministério Público Federal ajuizará uma ação contra a Sociedade Mãe da Divina Providência para ressarcir os devidos valores ao Sistema Único de Saúde (SUS) e os diretores do hospital podem responder a processo criminal. Até ontem, não havia sido expedido nenhum mandado de prisão.
A Polícia Federal tentará provar também, que houve a queima de documentos que comprovariam as fraudes. Além da direção do hospital, diretores de empresas fornecedoras estão sendo investigados. O superfaturamento ocorria na compra de material médico. Para tentar provar isso a PF cumpriu dois mandados de busca e apreensão de documentos deferidos pelo Juiz Federal, Alex Peres Rocha.
A direção do hospital não quis se manifestar de forma oficial e uma das diretoras disse que o assessor jurídico estava se inteirando da ação policial. Entre os funcionários do hospital o clima ontem era tenso e de insegurança. O delegado Napp deve realizar uma coletiva hoje para esclarecer sobre os procedimentos.
Sob suspeita
Direção do Hospital Nossa Senhora dos Prazeres pode ser processada.
Suspeitas de superfaturamento em serviços e fraude no seguro de DPVAT.
Polícia Federal e Ministério Público Federal investigam as denúncias.
Documentos foram recolhidos no hospital por agentes federais.
Fonte: Correio Lageano - 29-05-2008