A Polícia Civil de Lages investiga como funcionava a rede nacional de venda de abortivos e medicamentos controlados desmantelada na manhã de ontem. Uma estudante de enfermagem da Universidade do Planalto Catarinense (Uniplac) foi presa em casa, no centro da cidade, acusada de comandar o esquema.
Há quatro meses, Anelise Camargo de Souza Alves, 31 anos, passou a ser o foco dos trabalhos dos agentes da Divisão de Investigações Criminais, após denúncias de que ela provocava abortos e vendia os produtos proibidos pela internet, por meio do Orkut, do MSN e e-mails, e também por telefone e pelos Correios.
As vendas, realizadas há mais de um ano, teriam sido feitas a mulheres de todo o Brasil e até da Europa, já que foi identificada uma venda para a Suíça. No Orkut, Anelise criou comunidades relacionadas a depressão, insônia, ansiedade, estresse, obesidade, disfunção erétil e, principalmente, aborto.
Para todos os casos, ela se apresentava como fonte de informações e fornecimento de remédios. Para fazer as compras, as clientes entravam em contato com Anelise por um telefone divulgado no seu perfil do Orkut, onde ela se identifica como Cristiane Chebel, ou pelo MSN. As clientes recebiam orientações sobre como fazer um aborto pela câmera de vídeo conectada ao computador.
Para receber os remédios, as clientes depositavam o dinheiro em contas bancárias abertas por Anelise em nomes de laranjas. Os produtos eram enviados pelo Correio.
Cada kit do Cytotec - indicado no tratamento de úlceras, mas bastante utilizado como abortivo - , com seis comprimidos, era vendido a R$ 450,00, mais o custo da postagem. O Cytotec está proibido no Brasil há dez anos. A universitária foi autuada em flagrante por tráfico de entorpecentes, falsidade ideológica, furto e provocação de aborto. Ela foi levada ao Presídio de Lages.
Saiba mais
Riscos à saúde
Os riscos do aborto são grandes, podendo até levar à morte. Além de não conseguir o resultado esperado, a mulher pode ter infecções e perder o útero.
Fonte: AN - 04-07-2008