11-07-2008 - Lages: Campanha contra rubéola começa no final do mês

A campanha nacional contra o sarampo e rubéola deve imunizar 70 milhões de pessoas em todo o país, entre os meses de agosto e setembro. No município, a vacinação começa no dia 28 de julho, junto com a segunda etapa da campanha contra a poliomielite. A partir do dia 28, a Secretaria da Saúde inicia a imunização dos moradores do interior de Lages, com idade entre 20 e 39 anos. O dia “D” da campanha acontece em 9 de agosto, quando as doses da dupla-viral (rubeóla e sarampo) começam a ser distribuídas nas unidades de saúde da cidade.
A campanha terá, pela primeira vez, estratégias voltadas à imunização de homens. A decisão é do Ministério da Saúde, depois do aumento expressivo no número de casos da doença entre os homens. No ano passado, quando foi registrado um surto de rubéola em diversos estados, as ocorrências entre os homens representaram 70% do total.
De acordo com a enfermeira chefe da Vigilância Epidemiológica, Odila Waldrich, a meta é imunizar 55 mil pessoas no município. Segundo ela, a campanha encerra, oficialmente, no dia 30 de agosto, mas deve ser estendida até outubro, em Lages, para que a meta seja alcançada.
Odila alerta para que mulheres grávidas, ou que queiram engravidar dentro do período de 30 dias, não sejam vacinadas. “Tomar a vacina durante a gravidez é muito perigoso. Ela não é abortiva, mas existe a probabilidade de que o bebê nasça com sérios problemas”. No ano passado, a secretaria municipal de Saúde registrou 112 casos de rubéola. O número é considerado alto, já que a intenção é erradicar a doença no planeta. “Esta campanha é pan-americana. Outros países já fizeram a campanha de vacinação, com o objetivo da erradicação mundial”, diz Odila.

Rubéola Congênita é a forma mais grave da doença
Um dos apelos da Vigilância Epidemiológica de Lages é que nenhuma mulher em idade fértil (de 20 a 39 anos) deixe de ser vacinada. A doença provoca incômodos diversos, como febre, manchas pelo corpo, dor nas juntas entre outros. A conseqüência mais grave ocorre quando a pessoa infectada é uma mulher grávida.
Neste caso, a doença pode provocar o nascimento de crianças com Síndrome da Rubéola Congênita (SRC), que causa deficiência auditiva, lesões oculares (retinopatia, catarata, glaucoma), malformações cardíacas e com alterações neurológicas (microcefalia, meningoencefalite, atraso do desenvolvimento neuropsicomotor).
Dados do ministério revelam que as campanhas de vacinação em massa realizadas em 2001 e 2003 não conseguiram interromper a circulação do vírus e a conseqüência disso foi a ocorrência de surto em 2006 que se estendeu por 2007. Somente no ano passado, foram registrados mais de 8.407 casos, 161 em mulheres grávidas, totalizando 17 recém-nascidos com rubéola congênita. Entre os 20 estados que registraram a incidência da rubéola, Rio Grande do Sul (2.668), São Paulo (2.668) e Rio de Janeiro (1.500) foram os que mais contabilizaram pessoas infectadas. Em Lages, segundo a enfermeira Odila Waldrich, dos 112 casos registrados no ano passado, pela Secretaria Municipal de Saúde, nenhum era relativo a mulheres grávidas.

Fonte: Correio Lageano - 11-07-2008


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