Não são raras as pessoas que guardam a famosa "caixinha de remédio" no armário. Analgésicos, antitérmicos, anti-inflamatórios e outros medicamento, mantidos em casa para emergências, podem representar um grande perigo caso não sejam receitados e ingeridos com orientação médica.
Para educar a população sobre o uso inadequado dos remédios, o Ministério da Saúde lançou uma campanha publicitária de circulação nacional, esta semana. "A automedicação é um problema muito sério e precisa ser combatido", afirma o ministro, José Gomes Temporão.
Segundo pesquisa do Sistema Nacional de Informações Tóxico-farmacológicas (Sinitox), só em 2006 foram registrados 107.958 casos de intoxicação humana, sendo 30% das ocorrências referentes à ingestão de medicamentos que lideram a lista de principais agentes tóxicos.
Duas publicações do ministério também devem reforçar o combate à automedicação: um guia de prescrição para profissionais de saúde e uma nova lista de remédios essenciais distribuídos pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Na Farmácia Básica de Lages os remédios gratuitos só são entregues aos pacientes com receita médica e documento de identidade. Mesmo assim, segundo o gerente, Rafael Ávila Lopes, muitas pessoas procuram medicamento, sem antes consultar um médico.
Rafael, que é farmacêutico, confirma o grande perigo de tomar remédio sem orientação médica. No caso de doses excessivas o paciente pode sofrer intoxicação. Doses abaixo do necessário podem mascarar a doença e, inclusive, tornar vírus e bactérias mais resistentes.
Substâncias desconhecidas também podem provocar reações e alergias. "O paciente toma remédio, pensando que está com gripe ou resfriado e, na verdade, está com início de pneumonia", exemplifica o farmacêutico.
Antes do lançamento da campanha nacional, o município já investia na conscientização da população sobre os riscos de se automedicar. Informativos já são divulgados em rádios e as equipes do Programa de Saúde da Família (PSF) são orientados a repassar informações para os moradores de todos os bairros atendidos pelo programa.
Alguns cuidados importantes
Entre os medicamentos mais usados pela população, sem receita médica, estão os antitérmicos, analgésicos e antiinflamatórios. No entanto, alguns cuidados podem evitar graves problemas:
> Quando você achar que tem algum problema de saúde, procure um médico.
> Evite recomendações de vizinhos, amigos, parentes ou mesmo de balconistas de farmácias ou drogarias.
> Não confunda o balconista da farmácia com o farmacêutico.
> Na consulta, informe ao médico se você já utiliza algum medicamento e se faz uso freqüente de bebidas alcoólicas.
> Quando adquirir medicamentos de venda livre, produtos considerados de baixo risco para tratar males menores e recorrentes, como dor de cabeça, procure orientações do farmacêutico.
> O farmacêutico profissional também tem um importante papel para o Sistema Nacional de Vigilância Sanitária.
> Ele deve notificar as autoridades de saúde sobre a ocorrência de qualquer efeito adverso não esperado pelo uso de medicamentos.
Fonte: Correio Lageano - 02-10-2008