13-03-2009 - Lages: Começa andar a fila para a ressonância

O diretor do Hospital Geral e Maternidade Tereza Ramos, Osmar Guzatti, diz que 30 dos 42 pacientes listados pela Secretaria Estadual da Saúde, para ser os primeiros atendidos, já passaram pelo exame de ressonância magnética.  O procedimento começou ser realizado na segunda-feira, paralelo à capacitação da equipe de profissionais que vai operar o aparelho. "Hoje acontece a capacitação dos funcionários na prática", explica o diretor.  
Segundo ele, um dos compromissos assumidos é o de adotar como critérios, diante das filas de espera existentes nos municípios da região, o atendimento prioritário a pacientes que aguardam há mais tempo, que estão hospitalizados e casos de urgência e  emergência. A princípio serão feitos oito procedimentos por dia. Cada exame dura em média 30 minutos e pode levar até 50 minutos, dependendo do tipo de avaliação necessária (analisa do crânio até as vias renais).
O secretário do Desenvolvimento Regional, Osvaldo Uncini, que acompanhou a imprensa até o complexo da ressonância na tarde de ontem, informou que o aparelho custou US$2 milhões de dólares e que só o gasto para sua instalação (que demorou seis meses) atingiu R$400 mil.Uncini ainda disse que a secretária Estadual da Saúde, Carmem Zanotto, estuda meios de atender a demanda represada de pacientes da região.
Só em Lages, a cada mês 300 pacientes permanecem na fila de espera pela ressonância. No entanto, a cota mensal de exames previsto para o município é de 14. A da região toda é de 19. "(O número de cotas) é baixo porque está represado. Se (o aparelho) estivesse funcionando estaria normal", declara Uncini.

Pacientes se queixam da espera
Ontem, enquanto o secretário do Desenvolvimento Regional e o diretor da Maternidade falavam com a imprensa, a ex-comerciária Leila Gorete Almeida, moradora do bairro Penha, aguardava na recepção do Centro de Ressonância na expectativa de conseguir marcar uma data para passar pelo exame. Na fila de espera há quatro meses, ela afirma ter um problema sério no ombro e braço esquerdo e estar usando morfina para suportar a dor. "Vim para pedir que marquem essa ressonância o mais rápido possível, porque, se não, não vou aguentar", contou Leila.
Ela conta ter ido várias vezes a rádios locais e questionado bastante a demora para instalação do equipamento, que demorou seis meses para começar funcionar. "Não é possível o ser humano passar tanta dor e os equipamentos estavam aí, engavetados", reclama a ex-comerciá­­ria ao acrescentar: "Faz quatro meses que estou esperando.
Vim praticamente implorar para eles me encaminharem. Se for para esperar mais tempo não tenho condições". Como ela, a dona de casa Maria dos Santos, fala esperar desde dezembro pelo procedimento: "Da primeira vez fiz uma ressonância em Florianópolis. Levei cinco anos para conseguir. Fui para sala (de exame) gritando de dor", lembra. Maria sofreu uma queda e quebrou clavícula, braço e antebraço há cinco anos.

Fonte: Correio Lageano - 13-03-2009


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