27-10-2009 - Lages: Greve na saúde! Emergências serão atendidas

Mesmo com a eminência de uma greve, funcionários e direção do Hospital Tereza Ramos garantem que atendimento não será prejudicado. Mas isso não deve valer para quem está com cirurgia eletiva agendada para novembro. A representante do Sindicato dos Servidores da Saúde (Sindsaúde/SC), em Lages, Rita Isabel Gonçalves, garante que os funcionários do Hospital Tereza Ramos estão avaliando a maneira de realizar a greve, programada para acontecer a partir do próximo dia 3, de forma a causar o menor impacto no atendimento ao público. "Montamos comissões para encontrar uma maneira de minimizar ao máximo os problemas no atendimento dos pacientes", garante Rita, lembrando que nos casos de urgência e emergência, nada será modificado, mesmo com a greve.
Ela explica que os servidores ainda torcem para que até o dia 3 a Secretaria de Estado da Saúde apresente uma proposta que evite o movimento de paralisação. "Embora seja nosso direito realizar greve, não queremos isso, mas também não podemos ficar acumulando prejuízos em nossos salários", conta Rita. Ela ressalta que a proposta feita pelo governo, além de não repor as perdas com a inflação, ser escalonada, não será incorporada aos salários, pois será em forma de abono salarial.
"Não queremos prejudicar a população, mas precisamos ser reconhecidos, pois realizamos o trabalho com dedicação", afirma Rita. Ela diz ainda que se a saúde está precária, a responsabilidade não é do servidor e sim dos governos que não dão a devida atenção ao setor.  A representante do sindicato também destaca que os servidores da saúde não contam com auxílio transporte e que o de alimentação hoje é de R$ 136,00. "Em outras secretarias o auxílio alimentação chega a ser superior a R$ 500,00", denuncia a sindicalista. A proposta do governo prevê 16% de abono salarial, dividido em duas parcelas, uma em janeiro e outra em agosto.
Dos cerca de 800 trabalhadores do Hospital Tereza Ramos, entre contratados, efetivos, estagiários e terceirizados, Rita acredita que entre 50% e 60% deverão aderir ao movimento de paralisação. "Estamos unidos neste movimento", afirma Rita.  Rita diz que os funcionários do hospital trabalham 12 horas por dia para atingir 60 horas semanais, por meio do regime de plantão. O horário é a única opção para garantir aumento de salário, mas os servidores reclamam que a hora-plantão não é um salário digno e pode ser cortada. Hoje o salário de um técnico em enfermagem em início de carreira, segundo a representante do sindicato, varia entre R$ 700 e R$ 800 e é o mesmo pago aos auxiliares de serviços gerais (ASGs), contratados para trabalhos na copa e na limpeza.
Já o diretor do hospital, Osmar Guzatti, lembra que a greve ainda não é um fato consumado, pois ainda existem negociações entre o Governo do Estado e os servidores da Saúde. Mas, ele adianta que caso o movimento venha a ocorrer, a princípio o cronograma de trabalho só deve sofrer alteração em relação às operações eletivas agendadas anteriormente. "Tenho certeza que vamos chegar a um acordo que possibilite a continuidade normal no atendimento dos pacientes internados e nos casos de urgência e emergência", comenta o diretor.  "Vamos manter contatos com os servidores para encontrar a melhor solução".
Segundo Osmar Guzatti, o Hospital Tereza Ramos atende em média mais de 1.100 pessoas por dia e 100% de seus leitos estão constantemente ocupados. "A exceção fica por conta da UTI neonatal, que graças às ações de prevenção e pré-natais bem feitos, a demanda neste setor tem diminuído", ressalta o diretor que também é médico.

Fonte: Correio Lageano - 27-10-2009


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