27-10-2009 - Lages - Prevenção Alerta: vem aí a segunda onda da “Gripe A”

O número de casos da Gripe A H1N1 diminuiu significativamente, mas médico alerta que os cuidados preventivos devem ser mantidos, porque o Brasil pode sofrer com a segunda onda da doença.
O infectologista Luiz Marcatto explica que o vírus H1N1 tem um comportamento sazonal. Isso significa que tem incidência maior nas estações frias (outono e inverno), quando há mais aglomeração e confinamento de pessoas nos ambientes. Com a chegada do calor o vírus resiste menos aos ambientes. Só que a proximidade do verão no Brasil não representa que o país está livre da Gripe A, pois é exatamente nesse período que o inverno inicia nos países da Europa, Estados Unidos e Canadá.
Marcatto alerta que o intercâmbio entre brasileiros que vão passar férias nesses países e estrangeiros que vêm aproveitar o verão brasileiro é um alerta de que todas as medidas de precaução, como lavar as mãos e usar álcool em gel, não dividir copos e talheres, cobrir o rosto ao tossir ou espirrar, devem ser mantidas. “A preocupação agora é com uma nova onda, a segunda da Gripe A”, reforça o médico ao observar que o hemisfério norte deve sofrer com ela antes do Brasil.
A boa notícia, de acordo com o infectologista, é que o governo brasileiro já encomendou 73 milhões de doses da vacina contra a gripe, de laboratórios franceses, que serão aplicadas  através do Ministério da Saúde, no outono e inverno do ano que vem.
A vacinação vai ser gratuita, mas será destinada a apenas alguns grupos da população,  considerados de risco. Entre eles, crianças até dois anos de idade; idosos acima de 65 anos; pessoas com imunidade comprometida (HIV positivo, cardiopatas, pneumopatas) e profissionais da saúde. “Da mesma forma que hoje você toma a sazonal vai receber essa contra o H1N1, direcionada para esses grupos”, explica Marcatto, ao lembrar que a produção dessa vacina é mais trabalhosa que a contra a gripe comum, o que a torna mais cara.
O médico ainda esclarece que atualmente mais de 80% das síndromes gripais registradas no Brasil como um todo são H1N1. A tendência, segundo Marcatto, é de que esse tipo da gripe passe a ser o predominante. “Haverá uma substituição da gripe comum pela H1N1. O que vai acontecer é que as pessoas vão desenvolver imunidade ao vírus”, diz ele. Existe também a chance de uma nova mutação do vírus, o que pode levar entre 20 e 40 anos para acontecer de forma significativa.           Por enquanto ele reforça a necessidade de preservar os cuidados básicos: “Devem ser mantidos permanentemente. As pessoas gripadas não podem esquecer dos cuidados”.

Quadro em Lages
De 2/7/09 a 23/10/09
• Foram monitorados 500 casos suspeitos.
• Do total, 309 receberam a medicação “Tamiflu”.
• 100 passaram pela coleta de exames.
• 128 foram hospitalizadas.
• Os exames confirmaram 17 casos e deram negativos para outros 34. Os resultados dos outros 49 exames ainda não saíram.
• Apenas uma morte por Gripe A foi confirmada.

A Secretaria Estadual da Saúde divulgou no dia 22 o resultado de 32 óbitos que estavam em investigação. Nove deram positivos, o que levou à centésima morte no Estado.


Fonte: Correio Lageano - 27-10-2009


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