O Ministério da Educação (MEC) discute novas diretrizes curriculares e formas de seleção e avaliação para as residências médicas, consideradas o melhor instrumento para a especialização dos profissionais de medicina. Entre as propostas está um exame único nacional para o acesso aos cursos, que cobraria um conteúdo comum dos alunos. As vagas de todas as residências das diferentes especialidades ficariam disponíveis em um banco de dados e o aluno poderia pleiteá-las segundo a nota alcançada.
Outra ideia em discussão é de um programa de avaliação na saída da residência, em parceria com as sociedades de especialidades médicas, que verificaria também se os alunos absorveram o conteúdo. O ministério avança nas discussões para, com algumas modificações nos cursos, dar às residências médicas o nível de mestrados profissionalizantes. "Mas para tudo isto acontecer, é preciso que as pessoas queiram, então vamos propor uma discussão ampla", afirmou Roberto Padilha, secretário executivo da Comissão Nacional de Residência Médica, cargo de indicação do MEC.
Padilha defende, antes de tudo, diretrizes para que as residências ensinem conteúdos que atendam as necessidades da maioria da população. Ele deverá expor suas propostas nesta semana aos participantes do II Fórum de Especialidades Médicas, em Brasília. Segundo o médico, todas as medidas, já sugeridas para a Secretaria de Ensino Superior do MEC, dependerão ainda de aval da comissão e do grupo interministerial que discute a gestão do trabalho em saúde.
Durante evento em São Paulo que debateu o ensino médico, a reportagem ouviu participantes sobre a proposta em debate no MEC. Bráulio Luna Filho, coordenador de exames do Conselho Regional de Medicina de São Paulo, destacou que acha inviável realizar uma prova nacional para residência, em razão das diferenças das instituições que atualmente fazem suas próprias provas.
Membro da diretoria da Associação Brasileira de Educação Médica, Milton Martins defende avaliações ao longo da graduação e que poderiam ter peso para o acesso à residência.
Fonte: Agência Estado/FENAM - 25-05-2009