Cansados de aguardar por soluções dos órgãos competentes, os Residentes de Hospitais da grande Florianópolis reuniram-se com o SIMESC na tentativa de solucionar o problema que se estende há algum tempo. O encontro ocorreu na sede da entidade, no dia 11 de março, reunindo os Drs. Jorge Abi-Saab Neto, representando a Maternidade Carmela Dutra, Nicolau Fernandes Kruel, pelo hospital Regional de São José Dr. Homero de Miranda Gomes, Sérgio Wilson Duwe e Sérgio Murilo Steffens, representando a Comissão Estadual de Residência Médica (CERM), Cyro Soncini,Vânio Lisboa e Jolnei Hawerroth representando a diretoria do SIMESC, Ângelo Kniss, assessor jurídico do Sindicato, representante da Associação Catarinense de Médicos Residentes (ACMR), além do número expressivo de residentes.
O Dr. Cyro abriu a reunião fazendo um breve relato a respeito dos assuntos em pauta. Na ocasião, o Dr. Jorge relatou as dificuldades encontradas pela falta de anestesistas na Maternidade. Informou ainda, que as bolsas de residência deveriam ser oferecidas para os serviços com desfalque. Frisou a importância da abertura de residência de anestesiologia, ponto que levará para a discussão com a Secretaria de Estado da Saúde (SES), no dia 16 de março. Coloca ainda que uma estratégia emergencial, de curtíssimo prazo, para a crítica situação seria remanejar o pessoal. Outra solução, em médio prazo, seria a contração de empresas terceirizadas até que os concursados sejam admitidos e remanejados.
Em seguida, o representante dos residentes da cirurgia do hospital Regional de São José Dr. Homero de Miranda Gomes informou que a situação é crítica e que vários pacientes se encontram em estado lastimável. “Entre o final de dezembro de 2009 até meados de fevereiro de 2010, apenas uma cirurgia eletiva foi realizada”, disse o profissional. Avisou ainda, que os residentes da cirúrgica após realizarem as visitas nas unidades ficam sem atividades, procurando tarefas para cobrir este tempo ocioso. Disse também que a Direção do Regional e os órgãos competentes foram procurados inúmeras vezes e até agora nada foi resolvido. Das 76 vagas disponíveis hoje no Hospital para anestesistas, apenas 22 estão sendo ocupadas.
O representante dos residentes em oftalmologia do Regional também se manifestou. Explicou que a situação é crítica e que o nosocômio é o único que realiza uma série de cirurgias oftalmológicas. “A situação não prejudica apenas a população, que está sofrendo com esta realidade, mas também nossa formação e a carreira profissional”, expôs. Foi repassado também que a Direção do Regional está ciente da possível paralisação, ainda neste mês, caso nada seja proposto.
No decorrer da reunião os médicos representantes de outros Hospitais também se manifestaram, porém cientes de que a situação do Regional e da Maternidade é muito mais crítica do que se imaginava.
Uma das grandes preocupações dos médicos residentes é a aproximação das provas de residência e a falta de prática para a vida profissional.
Depois de diversas discussões ficou decidido que o SIMESC agendaria uma reunião com a SES, na qual estarão presentes a ACMR, os residentes, os preceptores e a CERM, para o mais breve possível.
Simone Bastos
Jornalista - SC 02095-JP
SIMESC – Sindicato dos Médicos do Estado de SC
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