O IV Seminário Política Nacional de Medicamentos, realizado no dia 14 de maio, em Brasília, discutiu, entre outros temas, os desafios de gestão e financiamento do Sistema Único de Saúde (SUS). Em entrevista à equipe Fenam Web 2.0 durante o evento, o presidente-executivo da Federação Brasileira da Indústria Farmacêutica (Febrafarma), Ciro Mortella, ressaltou as dificuldades enfrentadas pelo setor.
“O maior desafio da indústria farmacêutica é criar medicamentos mais eficazes, é instalar no Brasil uma produção capaz de atender a demanda e fazer isso fabricando um produto que seja mais acessível.” Mortella acrescentou que as indústrias farmacêuticas estão engajadas no Sistema. “Eu sou usuário do Sistema e tenho interesse como cidadão que o SUS funcione, portanto, vou fazer com que a minha empresa, na discussão e na produção, esteja engajada”.
O diretor de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde (SCITIE/MS), Dirceu Barbano, conduziu o debate e apontou os eixos estratégicos adotados pelo Programa de Governo para gerir o financiamento do SUS. Segundo Barbano, as ações incluem o incentivo à produção pública, a racionalização e ampliação do fornecimento, indução de desenvolvimento tecnológico na área de medicamentos, qualificação técnica de assistência farmacêutica e ampliação e qualificação do acesso aos medicamentos.
“Nós sabemos que ainda há pessoas com dificuldade de acesso aos medicamentos, mas sabemos também que não há mais espaço para que o acesso seja traduzido apenas quanto à disponibilidade do produto. Temos de qualificar esse acesso, fazer com que a utilização dos medicamentos seja feita de forma racional e que os recursos despendidos sejam os mais otimizados possível.”
O evento contou, ainda, com a presença do deputado federal Rafael Guerra (PMDB), presidente da Frente Parlamentar da Saúde; Reinaldo Guimarães, secretário de Ciência e Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde; Gustavo Kesselring, presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Farmacêutica; Alexander Triebnigg, presidente do Conselho Diretor da Federação Brasileira da Indústria Farmacêutica; Carlos Gadelha, vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde da Fiocruz; e Gonzalo Vecina, professor da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP).
Fonte: Taciana Giesel - Equipe Fenam Web 2.0 - 15-05-2008