#

SIMESC participa do II Seminário Nacional de Integração Médico/Mídia da FENAM

            A FENAM (Federação Nacional dos Médicos) promoveu, nos dias 04 e 05 de maio, o II Seminário Nacional de Integração Médico/Mídia, no Rio de Janeiro. Segundo a Assessora de Imprensa da FENAM, Denise Teixeira, o evento contou com cerca de 300 inscritos de todo o país, entre médicos, jornalistas, estudantes das duas categorias, psicólogos, advogados e estudantes do curso técnico de Produção Audiovisual.            Um dos pontos altos do Seminário foi a palestra de abertura, do Doutor em Teologia e Filosofia, Leonardo Boff, que falou sobre “A Ética da Vida”. O Teólogo apresentou um vídeo sobre a Carta da Terra, que fala sobre valores e princípios para o futuro. Boff lembrou, ainda, dos desafios ambientais, sociais, econômicos e políticos que a humanidade terá que enfrentar.            “A estrutura da Terra está ameaçada e, mais ameaçada ainda está a vida” afirmou, enfatizando o risco que o Planeta corre com o descompromisso da humanidade com relação aos recursos naturais. Para ele, médicos e comunicadores têm dois desafios, que é “servir à vida e expandir o reino da vida”. Por isso, os dois profissionais têm obrigação de colocar “a vida como centro de tudo”.            A segunda palestra do dia foi sobre “Erro Médico”. O palestrante, Dr. Cid Carvalhaes, Presidente do Sindicato dos Médicos de São Paulo, falou sobre o assunto e citou três condições que devem ser sempre lembradas para uma reflexão: “os médicos estão sendo inseridos na prática do dia-a-dia com formação inadequada; as condições de trabalho claudicam de toda sorte e toda ordem; e os profissionais são vergonhosamente remunerados”.            Dr. Heder Murari Borba, Presidente da FENAM, falou sobre “A Bioética e as Pesquisas com Seres Humanos”. Segundo ele, Bioétia é a Ciência que une a Ética à Biologia. Para ele, a Bioética é uma das ciências mais perigosas do homem, pois, existe uma “luta entre aqueles que querem desenvolver a pesquisa ética e aqueles que querem atender os objetivos do capital”. Dr. Heder falou, ainda, sobre a Resolução 196/96, que trata dos aspectos éticos da pesquisa que envolve seres humanos. Segundo ele, no Brasil é proibido o pagamento de voluntários para esse tipo de pesquisa.A última palestra do dia foi sobre “A Ética na Comunicação”, com a Jornalista Vanessa Leão Pedrozo. Ela falou sobre sua experiência profissional, principalmente na área da Saúde e deu dicas de como o Médico deve comportar-se diante de uma entrevista para a TV – tom de voz, postura, clareza, objetividade, entre outros aspectos que dão credibilidade à matéria e ao entrevistado. A Jornalista lembrou que a ética é uma só para todas as profissões e afirmou que “o Jornalismo sobre Saúde pode até ajudar a salvar vidas”.A programação do Seminário no dia 05 iniciou com o tema “A Publicidade na Medicina” e “Propaganda e Medicamentos”, que contou com palestrantes como o Dr. Paulo de Argollo Mendes, Presidente do Sindicato dos Médicos do Rio Grande do Sul, a Advogada Maria José Delgado Fagundes, Gerente de Monitoramento da ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), e o Publicitário Stalimir Vieira.Dr. Argollo explicou como funciona o Departamento de Comunicação do SIMERS, com oito jornalistas, dois estagiários e uma agência de publicidade. Mostrou, também, as publicações do Sindicato e as estratégias de marketing para melhorar cada vez mais a comunicação com a categoria. Ele reclamou que o número de Escolas de Medicina tem aumentado muito no País e as entidades médicas têm tido dificuldades de mostrar os riscos não somente para a categoria, mas também para a população. Segundo o Presidente do SIMERS, é preciso mudar essa situação. “Muitos Médicos significam má Saúde”, finalizou.Já a Dra. Maria José falou sobre a atribuição da ANVISA, que é monitorar e fiscalizar propagandas de medicamentos, o que é feito desde o ano 2000. Segundo ela, 15% da população brasileira consome mais de 90% da produção farmacêutica, e 50% dos medicamentos são prescritos, suspensos ou aplicados incorretamente. Ela afirma que existe um uso indiscriminado de remédios e que isso deve ser combatido. Para a Dra. Maria José, o uso racional de remédios só poderá ser garantido com o monitoramento das propagandas.O Publicitário Stalimir Vieira, por sua vez, lembrou que os profissionais da propaganda são contratados para vender os produtos, pór isso estão cada vez mais criativas. Mas, de acordo com ele, é preciso haver uma fiscalização por parte dos órgãos competentes.O ponto alto do dia ficou por conta do Jornalista e Escritor Heródoto Barbeiro, que foi ao Seminário falar sobre “A Mídia como Prestadora de Serviço – O Papel da Imprensa na Divulgação de Fatos que Podem Mudar o Mundo”. O Jornalista iniciou sua palestra com uma frase lembrando o Caminho de Tebas: “decifra-me ou devoro-te”. Segundo ele, o relacionamento médico/imprensa é mais ou menos assim: “ou o médico decifra a imprensa, ou ela o devora”.Ele disse, ainda, que o Jornalismo é reflexo da sociedade: “se os veículos de comunicação são ruins, é porque a sociedade é ruim, pois é ela quem compra, quem assiste, quem ouve”, portanto, é a sociedade a responsável pela imprensa que tem.Em seguida, ocorreram as palestras sobre “A Geração de Pautas – O que Pode se Transformar em Notícia e a Produção de Reportagens” e “O Dia-a-Dia do Repórter nas Ruas”, com os Jornalistas Elza Gimenez e Edimilson Ávila, respectivamente, ambos da Rede Globo de Televisão.A Jornalista Elza Gimenez lembrou que para um fato tornar-se notícia deve mostrar que é de interesse público. Falou que os dirigentes dos Sindicatos dos Médicos devem ter disponibilidade para atender os Jornalistas, utilizar uma linguagem simples e clara, evitando a utilização do “mediques” – expressões próprias da profissão. Ela também apresentou vídeos com matérias veiculadas pelos jornais da Globo, explicando como viraram notícias.Já o Jornalista Edimilson Ávila, falou sobre os cuidados que o médico deve ter com sua imagem diante das TVs – sempre vestido adequadamente. “Médico suado, fumando, de boné ou despenteado, além de não ficar bem, devido ao grau de importância de sua profissão, não dá credibilidade à matéria”, explicou, lembrando que o local da entrevista também deve estar limpo.O Jornalista aproveitou para fazer uma simulação de entrevista, a fim de mostrar o que se deve e o que não se deve fazer durante uma entrevista para a TV. “As comparações com coisas simples, a paciência e a forma de falar também são importantes”, lembrou, observando que o Médico tem o dever de falar a verdade e de fazer-se entender aos leigos.Sindicatos de todo o País, filiados à FENAM, estavam representados no II Seminário Nacional de Integração Médico/Mídia. O SIMESC estava representado pela sua Assessora de Imprensa Mylene Margarida. 
  •