Mesmo morando quase em frente ao posto de saúde do Bairro Jardim Eldorado, em Palhoça, e usando muletas para se locomover, Maria Aparecida Schutz, 44 anos, vai de ônibus ao Centro da cidade para conseguir atendimento médico.
A unidade, construída no antigo prédio do posto policial, foi inaugurada em abril e já tem móveis. O que falta são profissionais para atender as cerca de 1,2 mil famílias que moram no local.
Há dois anos Maria Aparecida, que era cozinheira e agora não pode mais trabalhar, foi atingida no joelho por uma bala perdida e precisa de fisioterapia e consultas com ortopedista.
- É dinheiro nosso que está aí. Se o posto foi feito para a população, não é para ficar fechado - reclamou a dona de casa.
Na comunidade Frei Damião, o prédio, pronto desde abril de 2006, só é usado para mutirões de atendimento. Odália Gonçalves de Melo, presidente da associação de moradores da comunidade, tem uma chave e já abriu o posto sem autorização da prefeitura para que um mutirão de serviço odontológico fosse feito.
- Não adianta abrir o posto só às vezes. O ideal é que funcione sempre para o povo ser atendido. E usar o do Brejaru é ruim, tem muita gente e é longe - disse a líder comunitária.
Secretário promete abertura para janeiro
O secretário de Saúde de Palhoça, Ari Leonel Filho, confirmou que o posto no Jardim Eldorado está equipado, mas disse que falta um aparelho odontológico e a adequação da rede de esgoto. A previsão, segundo ele, é de que o posto comece a funcionar até 20 de janeiro de 2008.
Sobre a unidade da comunidade Frei Damião, Ari Leonel disse que há resistência de muitos servidores em trabalhar no local por causa da violência. A abertura também é prometida para o final de janeiro.
- Vamos deslocar as equipes do Programa Saúde da Família (PSF) do Brejaru: uma para a Frei Damião e uma para o Jardim Eldorado.
Sobre o posto do Bairro São Sebastião, que também está fechado, o secretário justificou que o prédio está na fase final da reforma, e pode ser inaugurado até fevereiro.
Até lá, o posto do Bairro Brejaru (o único da região que está aberto) precisa atender as 1,2 mil famílias do Jardim Eldorado, as 1,1 mil da Frei Damião e as quase mil do próprio bairro. Cada um dos três médicos faz cerca de 350 atendimentos por mês.
Fonte: Diário Catarinense - 14-12-2007