Para o Sindicato dos Médicos do Pará (Sindmepa), apesar do verdadeiro caos da saúde no Estado, é possível identificar melhorias. A atuação do Hospital Metropolitano desafogou as emergências dos prontos-socorros municipais de Belém. Outro destaque foi a inauguração do Centro Ambulatorial de Reabilitação Infantil da rede Sarah Kubitschek. Mas os aspectos negativos, principalmente os relativos à atenção básica, ainda perdurarão por mais um ano. Nessa perspectiva, o Sindmepa organizou a lista de prioridades para 2008, com foco na defesa do Sistema Único de Saúde (SUS) e no estabelecimento das negociações pelo Plano de Carreira, Cargos e Salários.
Segundo o diretor do Sindicato dos Médicos, Waldir Cardoso, o pleno funcionamento do Hospital Metropolitano é resultado de muita pressão para se chegar a essa condição positiva. “Apesar da precária condição geral da saúde no Estado, é muito bom poder apontar aspectos positivos. O Metropolitano é um exemplo de que as coisas podem funcionar de forma eficiente”, ressalta. Cardoso também comenta sobre o movimento pela abertura da emergência do referido hospital. “Tivemos de enfrentar a Sespa [Secretaria Executiva de Saúde do Estado do Pará], e a própria diretoria do hospital, que queriam mantê-lo como referência e fechar as portas da emergência. Se isso tivesse acontecido, certamente essa avaliação seria bem diferente”.
Em relação ao Centro Ambulatorial de Reabilitação Infantil da rede Sarah Kubitschek, mais conhecido como Sarah Belém, o aspecto positivo incide na própria inauguração, no último dia seis, que encerra anos de luta por esse funcionamento e que sempre teve a participação do Sindmepa, com destaque para os esforços do radialista Agostinho Monteiro, verdadeiro baluarte da causa. Em menos de um mês, cerca de 150 crianças de zero a 16 anos de idade já receberam atendimentos referentes a comprometimentos cerebrais e relativos ao movimento.
Contudo, o saldo geral continua deficitário. Por isso, a defesa do Sistema Único de Saúde e o estabelecimento de negociação formal do Plano de Carreira, Cargos e Salários (PCCS) estão no topo da lista de prioridades para 2008. Na perspectiva de assistência médica, destacam-se as ações focadas na atenção básica e no atendimento especializado. Em seguida, a questão dos hospitais regionais; do número de leitos; tratamento para pacientes com doenças crônicas degenerativas e idosos.
Em termos profissionais, o diretor explica que o PCCS estimularia os médicos a trabalharem em outros municípios fora da Região Metropolitana de Belém. Isso facilitaria, inclusive, as gestões municipais. “Com PCCS, os médicos estarão seguros de que não ficaram a mercê da boa vontade dos prefeitos”, completa. Em 2007, foram identificados nove municípios que apresentam irregularidades em contratos, atraso ou falta de pagamento. Belém, mais uma vez, lidera esse ranking. Seguem, depois, Tucuruí, Paragominas, Viseu, Vitória do Xingu, Alequer, Marituba, Castanha e Santa Izabel.
DECEPÇÃO
É o que atesta o balanço do novo governo estadual em relação à atuação na área da saúde. Mas o pior resultado ficou para as negociações com a Secretaria Municipal de Saúde de Belém. “O troca-troca de secretários estagnou as melhorias na atenção á saúde no município. Toda vez que a negociação estava engrenando, caia o secretário. Então, começava tudo novamente”, finaliza o diretor Waldir Cardoso.
Fonte: FENAM - Assessoria de Imprensa do Sindmepa - 20-12-2007