Duas egípcias infectadas pelo vírus H5N1, da gripe aviária, morreram anteontem, elevando para quatro o número de mortes no país em menos de uma semana, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). Os últimos casos no Egito envolveram mulheres.
Depois da detecção do vírus no país, em 2006, 19 egípcios morreram devido à infecção.
Nos últimos anos, autoridades sacrificaram 12 milhões de aves para evitar a propagação do H5N1. Apesar das recomendações e proibições, famílias egípcias criam aves ao ar livre ou dentro de casa. Pelo menos cinco milhões de pessoas têm criação doméstica.
No mundo, as mortes por gripe aviária chegam a 210, desde 2003. A maioria em países da Ásia e da África. Desde que o vírus ressurgiu, surtos da doença foram confirmados em 50 países. Na última semana, a morte de dois irmãos paquistaneses sem contato com aves levantou suspeitas de transmissão interpessoal.
Estudo publicado na revista "Nature Medicine" mostrou que o vírus da gripe aviária causa resposta imunológica maciça do organismo. Isto produz inflamações generalizadas e morte. Ele se replica mais rapidamente do que o vírus da gripe comum, além de causar liberação excessiva de proteínas chamadas citoquinas, que deveriam controlar a resposta a inflamações.
Segundo cientistas, a transmissão de ave para humano é difícil. Casos já registrados ocorreram devido ao contato físico muito próximo. O contágio é através da saliva, de secreções nasais e fezes. Os sintomas são semelhantes ao da gripe comum, como febre alta, tosse, catarro, prostração, dores de garganta, dores musculares e de cabeça. O período de incubação é de dois a oito dias, podendo chegar a 17.
Fonte: O Globo - 02-01-2008