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02-01-2008 - Carneiro clonado do Irã vira símbolo da ciência no país islâmico

O primeiro carneiro clonado no Irã completou 15 meses de vida em perfeita saúde, comendo bem e saltitando em meio a um rebanho de ovelhas normais, afirmam cientistas do país islâmico. Royana nasceu na cidade histórica de Isfahan menos de dois meses depois que o primeiro animal clonado do país, também um cordeiro, morreu minutos após ser parido.
O projeto que criou Royana é parte do esforço do Irã para se tornar líder tecnológico do Oriente Médio até 2025. Teerã também lançou um programa espacial ambicioso, enquanto seu controvertido projeto de enriquecimento de urânio preocupa o Ocidente por sua possível ligação com a construção de uma bomba atômica.
"Royana é uma realização científica de sucesso. Todos temos orgulho dele. O carneiro é o resultado de muitos anos de esforço na pesquisa com células-tronco", diz Mohammad Hossein Nasr e Isfahani, chefe do Instituto de Pesquisas Royan. Isfahani, embriologista cuja equipe supervisionou o nascimento de Royana e o de seu predecessor, disse que o instituto conseguiu transferir com sucesso 30 embriões clonados, mas só dois chegaram a nascer.

Apoio dos aiatolás
O programa iraniano de clonagem recebeu apoio dos líderes muçulmanos xiitas (principal ramo do Islã no país), que promulgaram decretos autorizando a clonagem de animais mas proibindo a clonagem reprodutiva humana. Por outro lado, os líderes muçulmanos sunitas, incluindo clérigos importantes da Arábia Saudita, proibiram totalmente a clonagem, inclusive a de animais.
Isfahani diz que seu instituto planeja novos experimentos com animais. "Estamos agora nos estágios iniciais da clonagem de uma vaca. O importante para nós não é a quantidade de animais clonados, mas sim conseguir dominar a técnica da clonagem." O pesquisador também contou que há planos de usar a tecnologia para preservar uma espécie rara de carneiro selvagem da região, que hoje corre o risco de desaparecer.

Fonte: 02-01-2008


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