O Parque Nacional de Brasília continuará de portas fechadas até que a Secretaria de Saúde e o Instituto Chico Mendes - responsáveis pela gestão da unidade de preservação - decidam como será feita a triagem dos visitantes do local. O GDF autorizou a reabertura do parque desde que os visitantes apresentem o cartão de vacinação comprovando a imunização contra a febre amarela. A diretoria do Parque Nacional pediu ajuda à Secretaria de Saúde, que prometeu destacar funcionários para o trabalho de checagem das carteirinhas de vacinação. Hoje à tarde, há uma nova reunião de representantes do Instituto Chico Mendes e do GDF para definir a data de reabertura da Água Mineral, que está fechada desde o último dia 28 de dezembro. A expectativa dos visitantes é que o parque abra as portas antes do final de semana.
A diretoria do parque também decidiu ontem que o espaço continuará acessível com entrada gratuita, até a assinatura do contrato com a empresa que será responsável pela venda de bilhetes e controle do acesso de visitantes. Essa era outra pendência para que a Água Mineral reabrisse as portas aos brasilienses. Em outubro do ano passado, foi editada a Portaria nº 502, assinada pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva. A legislação determinou entrada gratuita até o dia 1º de janeiro de 2008 ou até implantação do novo sistema de cobrança. Mesmo com o vencimento do prazo, a diretoria do instituto decidiu ontem estender a entrada gratuita até que um novo contrato seja assinado.
O subsecretário de Vigilância em Saúde, Joaquim Barros Neto, se comprometeu em ajudar a equipe da entidade. Ele disse que a secretaria vai ceder funcionários para atuar na entrada da Água Mineral na checagem da imunização dos visitantes contra a febre amarela. "Vamos definir quem são os funcionários da secretaria que vão ajudar a equipe do parque até amanhã (hoje). Além disso, vamos aproveitar para prestar esclarecimentos aos visitantes sobre a febre amarela", explica o subsecretário.
Decepção
Ontem, quando a temperatura chegou a 29°C, ainda houve quem procurasse as piscinas de água mineral para se refrescar. Mas todos encontraram os portões fechados e não havia nem funcionários para tirar dúvidas dos visitantes. O engenheiro florestal Rafael Gonçalves de Oliveira, 26 anos, vai com freqüência à Água Mineral. Ontem, ele foi de bicicleta ao parque e levou com ele seu cartão de vacinação, que comprovava a imunização realizada em 2006. Rafael ficou decepcionado com o fechamento. "Sem a Água Mineral, não restam muitas opções de lazer. A única alternativa é nadar no Lago Paranoá", conta o engenheiro florestal.
A atendente Lizandra Helena de Oliveira, 37 anos, saiu cedo de Águas Claras de biquíni e com um arsenal para se bronzear no primeiro dia útil de 2008. Mas também ficou do lado de fora. "Ouvi falar sobre o perigo da febre amarela, mas não sabia que a Água Mineral estava fechada", lamentou Lizandra.
Não basta tomar a vacina contra a febre amarela para ficar imunizado contra a doença. A dose só faz efeito no corpo humano depois de um prazo mínimo de uma semana. Assim, quando os portões do parque reabrirem, os técnicos da Secretaria de Saúde vão verificar se os visitantes foram imunizados pelo menos sete dias antes do dia da visita. Quem não estiver protegido contra o vírus causador da febre amarela não poderá entrar no parque.
O chefe do Parque Nacional, Darlan de Pádua, explica que é preciso ainda que a Secretaria de Saúde emita um ofício liberando a entrada dos visitantes imunizados no local. "Estamos prontos para reabrir as portas, o único empecilho é a questão do controle dos visitantes. Nesta quinta-feira haverá uma nova reunião para definirmos os procedimentos", explica Darlan.
Longas filas nos postos
O primeiro dia de abertura dos postos de saúde depois do feriado foi de longas filas. Os brasilienses aproveitaram a quarta-feira para tomar a vacina contra a febre amarela e lotaram os centros. Crianças e adultos esperaram mais de uma hora nos postos mais movimentados para receber a dose. Em algumas unidades, quase mil pessoas foram vacinadas.
A comerciante Ciene Beltrão da Silva, 41 anos, mora no Guará e ontem foi visitar parentes em Sobradinho. Depois do almoço, toda a família ao Centro de Saúde 2, na Quadra 3 de Sobradinho, para tomar a vacina. "Vim com a minha cunhada e meus sobrinhos. Estamos todos preocupados com esse risco de febre amarela em Brasília", justificou.
A doméstica Florenilde Ribeiro, 43 anos, já havia tentado tomar a vacina durante o final de semana passado, mas desistiu de enfrentar as longas filas. Ontem, apesar do movimento ainda intenso, ela decidiu esperar para se proteger contra o vírus. Mais de 90% dos brasilienses já estão imunizados contra a doença. A expectativa da Secretaria de Saúde é que toda a população tome a vacina em pouco tempo. "As pessoas atenderam ao nosso chamado e lotaram os postos. É importante que todos tomem a vacina. Não temos casos de febre amarela em Brasília, mas é importante que todos estejam protegidos", destaca o subsecretário de Vigilância em Saúde, Joaquim Barros Neto.
O horário oficial de funcionamento dos postos é das 8h às 17h, mas algumas unidades fecham as portas no horário de almoço. Para não perder tempo, é recomendável ligar para o centro de saúde antes de sair de casa para checar o horário de abertura e de fechamento.
A estudante Dejanira Lima Braga, 20 anos, não perdeu tempo ontem. Como ela não se lembrava da data da última vacinação contra a febre amarela, decidiu tomar a dose ontem. "Estava com um pouco de medo da agulha, mas ainda bem que a vacinação não dói. Tem que enfrentar o medo, é melhor do que ficar doente depois", justifica a estudante. Para ter informações sobre a vacinação, basta ligar para a Gerência de Vigilância Epidemiológica e Imunização nos telefones 3323-7461 e 3905-4639. (HM)
Fonte: Correio Braziliense - 03-01-2008