Em 2007, foram registrados mais de 60 mil casos de dengue no Estado do Rio de Janeiro o dobro do número observado no ano anterior. A maior concentração de casos ocorreu na Região Metropolitana da capital, no norte e no noroeste do estado. Também aumentou o número de casos em áreas que antes eram consideradas de pouca incidência, como a de Mendes, na Região Serrana.
O superintendente estadual de Vigilância em Saúde, Victor Berbara, informou que o estado teve 29 mortos por dengue no ano passado, incluindo as causadas pelo tipo hemorrágico. E afirmou que o número "não é alarmante, mas é alto", ao ressaltar a importância de iniciar o tratamento assim que a doença for diagnosticada.
Durante o verão, para reforçar as ações de controle da doença e prevenção do mosquito, o governo do estado trabalha em parceria com o Ministério da Saúde e com os municípios. "O objetivo é manter em números aceitáveis o nível de ocorrências. As condições demográficas e climáticas no estado favorecem a proliferação do mosquito transmissor. Então, existe a possibilidade de termos surtos e epidemias, mas buscamos diminuir a letalidade", afirmou Berbara.
O superintendente ressaltou ainda a importância da colaboração da sociedade para prevenir e combater a doença. "É muito difícil que o poder público esteja presente em todos os cantos da cidade nesse tipo de controle. Cabe à população um papel importante no controle da dengue", disse.
A ocorrência de dengue hemorrágica é o que mais tem preocupado as autoridades, segundo ele, que citou a cidade do Rio de Janeiro, onde em 2007 foram contabilizadas 13 mortes por esse tipo da doença, que no ano passado infectou mais de 170 pessoas no estado. Este ano, o primeiro caso de dengue hemorrágica no Rio foi confirmado, ontem, pela Secretaria Estadual de Saúde. Thayssa Marques Ferreira da Costa, de 12 anos, está internada no Hospital Getúlio Vargas, na Penha, e seu estado de saúde é considerado estável pelos médicos.Apesar de não ter sido o Estado com maior número de casos da doença no ano passado, o Rio teve o maior número de municípios com índice de infestação do mosquito Aedes Aegypti, segundo relatório do Ministério da Saúde.
A pesquisa que detectou a quantidade de municípios com alto índice de infestação (Levantamento de Índice Rápido de Infestação pelo Aedes Aegypti) apontou que dos 18 municípios pesquisados no Rio, 10 estão em situação de risco. Já em São Paulo, apesar do número maior de casos da doença, nenhum município estava nessa situação.
Fonte: Jornal de Brasília - 04-01-2008