O primeiro caso de dengue hemorrágica do ano no Rio foi confirmado ontem pela Secretaria Estadual de Saúde. Thayssa Marques Ferreira da Costa, de 12 anos, está internada no Hospital Getúlio Vargas, na Penha (zona norte), e seu estado de saúde é considerado estável pelos médicos. Apesar de não ter sido o Estado com maior número de casos da doença no ano passado, o Rio teve o maior número de municípios com índice de infestação do mosquito Aedes Aegypti, segundo relatório do Ministério da Saúde. O mosquito, quando infectado com o vírus da dengue, é responsável pela transmissão da doença.
Entre janeiro e novembro do ano passado, foram registrados 57.112 casos de dengue no Rio, o terceiro Estado no ranking do País. São Paulo ficou em primeiro lugar, com 80.893 casos, seguido de Mato Grosso do Sul, com 74.337. O Ministério da Saúde ainda não tem os dados consolidados para o ano inteiro. Já a Secretaria de Saúde do Rio informou que, em 2007, 60.647 pessoas tiveram dengue, quase o dobro do registrado no ano anterior (31.054).
De acordo com o coordenador do Programa Nacional de Controle da Dengue do Ministério da Saúde, Giovanini Coelho, o alto índice de infestação do mosquito não significa, necessariamente, que haverá um alto índice de casos da doença na cidade. "Nem sempre o mosquito carrega o vírus. Mas, como a gente não quer pagar para ver, orientamos os municípios com alto índice a aumentar as ações de prevenção, para evitar surtos e epidemias."
A pesquisa que detectou a quantidade de municípios com alto índice de infestação foi feita entre outubro e novembro do ano passado. Foram pesquisados 170 municípios do País com mais de 100 mil habitantes. "Consideramos em situação de risco as cidades que apresentam infestação pelo mosquito em mais de quatro casas para cada cem pesquisadas", informou Coelho.
Dos 18 municípios pesquisados no Rio, 10 estão em situação de risco. Em São Paulo, apesar do número maior de casos da doença, nenhum município estava em situação de risco, no momento da pesquisa. Ribeirão Preto e Barretos foram consideradas em situação de alerta pelo Ministério da Saúde.
Fonte: Jornal Estado de São Paulo - 04-01-2008