Dois estudos internacionais de uma nova droga, a telbivudina, trouxeram notícias potencialmente positivas para os pacientes de hepatite B, mostrando que ela suprime o vírus que danifica rapidamente o organismo e é melhor do que outros tratamentos.
Pacientes crônicos correm mais riscos de morte por cirrose e câncer no fígado, doenças que matam cerca de um milhão de pessoas por ano, segundo a Organização Mundial de Saúde.
Reduzir a quantidade do vírus da hepatite B no sangue deve limitar os efeitos adversos da doença, que afeta pelo menos 360 milhões e é considerada a 10.ª maior causa de mortes no mundo. "A droga deve ajudar a diminuir o número de pessoas que sofrem de hepatite B e que morrem da doença", disse o professor C.L. Lai, da Escola de Medicina da Universidade de Hong Kong.
Um estudo, envolvendo 1.367 pacientes de 20 países, comparou pessoas que receberam tratamento com a telbivudina e com a lamivudina. As análises mostraram que a primeira reduzir o vírus mais rapidamente e depois de 52 semanas, os que ingeriram a telbivudina conseguiram 10 vezes mais reduções do vírus no sangue. Além disso, um alto percentual do primeiro grupo alcançou níveis não-detectáveis no organismo do que os que tomaram lamivudina.
Outro estudo publicado em dezembro comparou 135 pacientes de oito países que se tratavam com telbivudina, adefovir ou com as duas drogas. Novamente o primeiro grupo apresentou uma redução mais significativa do que os que utilizaram adefovir.
A hepatite B pode ser prevenida pela vacinação, mas entre 25 e 40% das pessoas que sofrem da doença acabam morrendo de câncer ou cirrose. Sintomas como febre, mal-estar, desconforto, dor abdominal, dor nas articulações, erupções na pele e debilidade associada a cansaço não são constatados em 30% dos casos e são menos comuns em crianças.
Fonte: Folha de São Paulo - 04-01-2008