A hipertensão é a principal doença relacionada à obesidade para 27% dos entrevistados. Mas outras, como diabete, problemas nas articulações e depressão, também costumam acometer essas pessoas.
Em 15% das casas visitadas pelos pesquisadores, seus moradores afirmaram fazer algum tipo de dieta. Os motivos mais citados para a restrição alimentar são a hipertensão, diabete e doenças cardíacas.
- Esses dados mostram que alguma coisa tem de ser feita, pois lá na ponta o único tratamento para a obesidade mórbida é a cirurgia, que não é isenta de riscos - afirma Berti.
Segundo o médico, a cirurgia bariátrica (de redução do estômago) pode ter até 1,5% de risco de morte.
Os gastos com saúde acompanham os estágios da obesidade. Enquanto uma pessoa com peso considerado normal gasta por ano cerca de R$ 750 - com remédios e consultas, por exemplo - , esse valor sobe para R$ 1.047 para quem têm sobrepeso. Os considerados obesos leves gastam R$ 1,5 mil por ano, e os mórbidos, cerca de R$ 1,8 mil.
Além das doenças e gastos associados à obesidade, as atividades cotidianas são outro problema para essas pessoas. Comprar roupas, amarrar os sapatos, subir escadas e manter uma vida sexual foram algumas das atividades em que os entrevistados relataram encontrar as maiores dificuldades.
Para a secretária Christiani Boiago, de 35 anos, a vontade de ter uma "velhice saudável" fez com que passasse por uma cirurgia bariátrica há cinco meses. Nesse período, passou de 112 para 80 quilos e diminui sua taxa de glicemia, que era quase igual a de um paciente diabético.
- Não sou de comer doces, nem gosto de chocolate, mas comia muita massa e salgados fora de hora - conta.
Desde antes da operação - paga por seu plano de saúde - , a secretária teve o auxílio de um psicólogo para aprender a controlar sua ansiedade. Christiani pesava 62 quilos e após um relacionamento "mal resolvido" passou a pesar 120.
- Era uma gordinha saudável, mas, no fundo, tinha uma série de complexos - admite.
O acompanhamento psicológico e a reeducação alimentar, segundo o presidente da SBCBM, são fundamentais para evitar que o paciente engorde depois da operação.
- A cirurgia não é a cura. É apenas o que vai ajudar o paciente a perder peso.
Fonte: Diário Catarinense - 06-01-2008