13-01-2008 - Empresas prevêem reajuste de até 10% nos planos

Entidades de saúde privada prevêem aumentos de até 10% no preço da aquisição dos planos de saúde em razão da ampliação da cobertura obrigatória anunciada na quinta-feira passada pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Elas ameaçam ainda ir à Justiça caso o cálculo do reajuste de mensalidades, que será autorizado em maio pela agência, não contemple os procedimentos.
A agência adiantou que o reajuste será como nos outros anos, e que irá observar o impacto da inclusão dos novos procedimentos para determinar o aumento em 2009.
A nova lista tem 2.973 itens e inclui sessões de psicoterapia, fonoaudiologia, exames de DNA para detecção de doenças e laqueadura, entre outros procedimentos. A obrigatoriedade vale a partir de 2 de abril, e há multas previstas para o não-cumprimento.
Apesar de dizerem que a inclusão dos procedimentos é benéfica para os clientes e que trazem avanços, diferentes segmentos da saúde privada afirmam que a medida tem impacto financeiro, que deverá ser sentido pelo consumidor já na aquisição de novos planos.
No setor de operadoras de entidades filantrópicas, Julcemar Ragnigni, diretor do departamento de operadoras de plano de saúde da Confederação das Santas Casas de Misericórdia, diz que o preço dos planos "vai aumentar" a curto prazo, e que o valor deverá variar entre 5% e 10%.
- Há uma demanda reprimida. O aumento nos planos vai depender do tamanho dessa demanda - diz.
Já a Associação Brasileira de Medicina de Grupo informou que os novos serviços poderão gerar entre 8% e 10% no custo das operadoras, o que poderá se refletir em aumentos no valor dos planos.

Novas adesões já podem vir com valores atualizados
Já para o diretor de integração cooperativista da Unimed do Brasil, João Caetano, os aumentos podem começar já para quem for adquirir agora um plano de saúde. A estratégia seria subir o preço dos planos antes do anúncio do reajuste em maio, prevendo valor adequado ao custo dos novos procedimentos.
- Falar em porcentagem agora seria especulação, mas os aumentos devem acontecer - afirma.
Ele diz que as operadoras de saúde se reunirão com a ANS.
- Nós temos a obrigação de garantir a segurança e a viabilidade das Unimeds. Vamos acionar a ANS, se preciso.
Marta Oliveira, gerente-geral da ANS, diz não acreditar que os aumentos irão ocorrer porque as operadoras não querem perder mercado. Diz ainda que o rol anterior de procedimentos, de 2004, já previa uma cobertura "bastante extensa".

Fonte: Diário Catarinense - 13-01-2008


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