A sede da Funasa (Fundação Nacional de Saúde) em Florianópolis recebe, nesta quarta-feira, excursões de índios Xokleng, vindos do Vale do Itajaí, e de Kaigang, do Oeste do Estado, que se reúnem aos Guarani de Araquari e da Grande Florianópolis que estão no local desde segunda-feira.
Os índios protestam contra a Portaria do Ministério da Saúde editada em 17 de outubro de 2007, que transfere aos municípios os serviços de saúde, prestados pela Fundação desde 1999. O atendimento à população indígena do Brasil é feito pela Funasa em articulação com o Sistema Único de Saúde (SUS).
O plano inicial, conforme convocação das lideranças indígenas, era ocupar a sede da Funasa. Mas, após negociações com a fundação, eles aceitaram pernoitar em um hotel próximo ao local, no bairro Estreito.
Após a reunião realizada na terça-feira, eles avisaram que, a partir desta quarta, não pretendem deixar a Funasa até terem suas exigências atendidas.
Na reunião, que também contou com representantes do Projeto Rondon e do Ministério Público, ficou marcado para a manhã desta quarta-feira um novo encontro, desta vez com a presença de representantes da Presidência da Funasa, para esclarecer os índios sobre como será feita a municipalização dos serviços.
Segundo Leonardo Wera Tupã, representante dos Guarani, a transferência da responsabilidade para os municípios implicará em queda na qualidade do atendimento.
— Muda muito de prefeitura para prefeitura. Muitas não têm a estrutura necessária ou até mesmo não são favoráveis a nós — reclama.
Além da municipalização, os índios reclamam das demissões de engenheiros contratados pelo Projeto Rondon (ligado à Funasa), determinadas pela fundação após auditoria interna que constatou irregularidades.
Fonte: Jornal Diário Catarinense - 16-01-2008