22-01-2008 - Mortalidade infantil cai pela metade no Brasil

A mortalidade infantil de crianças de até cinco anos de idade caiu cerca de 50% entre os anos de 1990 e em 2006. A boa notícia consta no relatório Situação Mundial da Infância 2008, divulgado nesta terça-feira pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).
A edição brasileira do relatório deste ano tem como foco os seis primeiros anos de vida, a chamada primeira infância, considerada fundamental para o desenvolvimento físico e mental do indivíduo. De acordo com a Unicef, o Brasil avançou em inúmeras áreas. Além da mortalidade infantil, apresentaram bom desempenho o índice de desnutrição e, pela primeira vez desde 1999, nenhum Estado brasileiro apresentou Índice de Desenvolvimento Infantil (IDI) abaixo de 0,500, que o Unicef considera baixo.
Em 1999, sete estados tinham IDI baixo. Naquele ano, nenhum tinha IDI elevado (acima de 0,800). Em 2006, São Paulo, Santa Catarina e Rio de Janeiro registraram índice acima desse valor. Os menores IDIs estão no Nordeste (0,647) e Norte ( 0,655) do país.
No que se refere à mortalidade infantil, o relatório mostra que em 1990 a taxa entre crianças de até um ano de idade era de 46,9 para cada mil. Em 2006, este índice caiu para 24,9. O relatório também revela a exclusão no Brasil: as crianças pobres têm duas vezes mais chances de morrer do que as ricas. A taxa de mortalidade também é maior entre a população indígena (48,5 para cada mil nascidos vivos) e entre filhos de mães negras - 27,9 por mil, 37% acima do que entre filhos de mães brancas.
Por estados, os maiores índices estão em Alagoas, Maranhão, Pernambuco e Paraíba. A menor taxa de mortalidade é registrada nos estados do Sul e Sudeste: Rio Grande do Sul, São Paulo e Santa Catarina.

11% da população brasileira é de crianças de até seis anos
No Brasil, há 20,6 milhões de crianças com idade até seis anos, o que equivale a 11% da população. Trata-se da maior população das Américas nessa faixa etária. Desse total, 11,5 milhões vivem em famílias com renda mensal per capita inferior a meio salário mínimo — mais da metade são negras e 4,7 milhões integram famílias beneficiadas pelo Bolsa-Família.
O Unicef cita dados do Ministério da Saúde que indicam que nos últimos cinco anos caiu mais de 60% o número de crianças desnutridas com até um ano de idade. Restam, no país, 60 mil crianças abaixo do peso nessa faixa etária. Na faixa até dois anos, a redução foi de 72,4% - apenas 3,5% das crianças estão abaixo do peso.
Na área de educação, apenas 15,5% dos 11,26 milhões de meninos e meninas com menos de três anos freqüentam creches. Embora muito baixo, o índice é melhor do que os 10,7% registrados em 2001. Na faixa entre quatro e seis anos de idade, 76% de um total de 9,39 milhões de crianças estão matriculados na pré-escola – acima dos 65,6% de 2001.
Embora a redução da mortalidade materna faça parte do quinto Objetivo de Desenvolvimento do Milênio, o número cresceu 2,1% no Brasil entre 2000 e 2005, passando de 52,3 mulheres para 53,4 por cem mil. O maior aumento ocorreu no Centro-Oeste (39,3%), seguido do Nordeste (16,3%) e Sul (2,1%). No Sudeste houve queda de 15,6% na mortalidade materna e no Norte, redução de 7,7%.

Fonte: Diário Catarinense/Agência Brasil - 22-01-2008


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