11-02-2008 - Carta aberta dos médicos à população de Aracaju

As entidades médicas mais uma vez tornam pública a situação grave que passa a saúde do município de Aracaju. É necessário intervenção urgente para mudar essa realidade, que só ocorrerá se tivermos o apoio da população.    
Há vários meses estamos percebendo a piora na qualidade de atendimento que podemos e devemos lhes proporcionar. A falta de medicamentos, a demora na realização de exames(sempre em análise!!), sem aparelhos para avaliar os batimentos cardíacos dos bebês, sem termômetros para medir a febre de seus filhos, sem material necessário para fazer curativos (sem luvas, gases, algodão, povidine etc), balanças e aparelhos para aerossóis quebrados, a demora na marcação das consultas para os especialistas (sempre em análise!!), sem retaguarda de leitos hospitalares: “hospitais!!”. E ainda, crianças sendo atendidas em salas onde são feitos curativos, e/ou salas de repouso, expondo-as a situações de risco. Sabemos que os maiores prejudicados são vocês, os usuários, e em respeito, continuamos a atendê-los, mesmo em condições precárias. SÓ QUE PARA TUDO HÁ UM LIMITE!    
A desvalorização e o descaso com a saúde não pára!! A prefeitura de Aracaju anunciou em 2007 um reajuste de 3% para servidores, mas quando vimos nosso salário no final do mês de maio, sabem qual foi o reajuste de seu médico??? Foi da mesma forma precária que se encontra a saúde de Aracaju, 1%, sendo que o salário dos médicos de Aracaju é abaixo da média nacional para os que trabalham no PSF, que dirá um médico especialista que estuda de 8 a 11 anos para receber SALÁRIO BASE MENSAL DE 883 REAIS. Muitos médicos não estão querendo trabalhar em Aracaju diante de tamanha desvalorização e desrespeito, e quem acaba sendo o maior prejudicado: você! Portanto queremos um Plano de Carreira que esteja de acordo com a classe médica, pois o médico começa médico e morre médico. Diversos médicos já pediram demissão voluntária e o que é que a prefeitura faz, anuncia um novo concurso com mesma a precarização salarial, ou seja, novamente não haverá médicos e quem sofre com isso – a população!    
Queremos ORGANIZAR O TRABALHO DO MÉDICO, sendo 75% do seu horário para atendimento a população, 5% para reuniões administrativas e 20% para planejamentos e atualizações médicas. Queremos que a consulta médica dure no mínimo 20 minutos, e não 10 ou 15 como os diretores e coordenadores pressionam, ou seja, estamos lutando por QUALIDADE NA ASSISTÊNCIA MÉDICA.    
Diante desSes fatos abordados, desejamos continuidade e avanços nas negociações, pois a nossa luta é pela valorização e pela condição de exercer a medicina visto atualmente estar precária a assistência médica à população que tanto precisa do SUS.    
SUS SEM MÉDICO NÃO EXISTE.
Portanto exija da mesma forma que nós um SUS digno, e não um SUS POBRE PARA OS POBRES.
MÉDICO NÃO É SÓ PARA QUEM TEM PLANO DE SAÚDE.
    
OS MÉDICOS EXIGEM RESPEITO!!
O SUS MERECE RESPEITO!!
A POPULAÇÃO MERECE RESPEITO!!
    
Sociedade Médica de Sergipe - SOMESE
Conselho Regional de Medicina de Sergipe - CREMESE
Academia Sergipana de Medicina
Sindicato dos Médicos do Estado de Sergipe - SINDIMED
     
     
Fonte: Sindicato dos Médicos de Sergipe - 08/02/2008


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