14-02-2008 - Só os médicos podem receitar medicamentos

Foi-se o tempo em que as pessoas recorriam ao farmacêutico de sua confiança para tentar curar aquele mal-estar que surgia no meio da noite. Tradicionalmente, esta situação fez parte do cotidiano de muitas pessoas, principalmente os mais "antigos". Mas, hoje, elaborar um diagnóstico e receitar remédios sem que seja por um médico não é mais permitido por lei. 
Casos considerados prática ilegal da medicina, entretanto, não são raros de se encontrar, inclusive em Criciúma e região. "Nós temos informações de que há balconistas de farmácia e farmacêuticos que costumam atender pessoas e fazer diagnósticos. Às vezes até prescrevem medicamentos", afirma o médico Rômulo Pizzolatti, delegado do Conselho Regional de Medicina de Santa Catarina.    
Pizzolatti conta que, recentemente, houve três casos num posto de saúde do município em que pacientes apareceram com uma receita feita por um atendente de farmácia ou farmacêutico. "Isso é muito grave. Trata-se prática ilegal da medicina e é caracterizado como estelionato", enfatizou o médico.     
    
Falta denúncia formal junto ao CRM    
Segundo ele, a punição àqueles que comentem essa prática esbarra na falta de uma denúncia formal junto ao Conselho Regional de Medicina. "O cidadão tem medo de ser prejudicado de alguma forma e, portanto, prefere não se identificar. O problema é que precisamos de uma prova substancial para formalizar a denúncia. Neste caso, uma testemunha que afirme categoricamente que foi até determinado estabelecimento e recebeu este tipo de atendimento", destaca.    
Quem recorre a um atendimento de quem não seja um profissional devidamente registrado junto ao Conselho corre vários riscos. "A pessoa pode diagnosticar uma pneumonia, quando o paciente pode ter um câncer. Sem contar o risco de intoxicação por medicamento", alerta Pizzolatti. "Somente o médico tem a capacidade técnica e a formação para apresentar um diagnóstico preciso e recomendar a medicação adequada a cada paciente", finaliza.
    
    
Fonte: CREMESC - A Tribuna Net - 13-02-2004
 


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