15-02-2008 - Paralisação de médicos engatinha no Amazonas

O primeiro dia da greve dos médicos no Amazonas não paralisou nenhum hospital ou pronto-socorro, segundo sindicato e secretarias de Saúde municipal e estadual. O Sindicato dos Médicos do Amazonas (Simeam), contudo, divulgou que dos mais de 3 mil médicos do Estado, 40% pararam ontem, mas as secretarias municipal e Estadual declararam que o número não chegou a 10%.
Em assembléia realizada na noite de quarta-feira, os médicos decidiram iniciar greve por tempo indeterminado, reivindicando que o salário bruto seja reajustado dos atuais R$ 3,1 mil para R$ 7,5 mil, o piso nacional da categoria por 20 horas semanais.
Segundo o Sindicato, no Amazonas, o salário-base pago pela prefeitura de Manaus é de R$ 300, enquanto o do Estado é de R$ 380, mas gratificações fazem o salário chegar aos atuais R$ 3,1 mil por 20 horas por semana. Outra reivindicação da categoria é a implantação do Plano de Cargos, Carreira e Salário.
De acordo com o Simeam, o Amazonas conta com cerca de 3,1 mil médicos, sendo que apenas 500 estão distribuídos entre os 61 municípios do interior. "Nosso desejo é alcançar o nível de necessidade de saúde da população e agregar valores ao trabalho do médico. Existem ainda outros direitos trabalhistas que não chegam até nós como auxílio transporte, alimentação e até plano de saúde", acrescentou a diretora de Relações Intersindicais do Simeam, Roselis Bitar.
"Apenas a Secretaria de Saúde de Manaus acenou com uma negociação, mas a estadual ainda não", afirmou a presidente do Sindicato dos Médicos, Auxiliadora Brito. A Secretaria de Saúde do Amazonas informou que espera receber uma contraproposta. Segundo o secretário Wilson Alecrim, a reivindicação salarial foi considerada inviável porque teria impacto de R$ 90 milhões na folha de pagamento dos médicos do estado.
A maior parte dos médicos grevistas, segundo a Secrearia Estadual, são funcionários da capital e não do estado. Tanto o Sindicato quanto o órgão estadual afirmam que o movimento ainda não atingiu o interior do Amazonas.

Fonte: Jornal de Brasília - 15-02-2008


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