18-02-2008 - Acusados de tráfico de anabolizantes terão prisão temporária prorrogada

O titular da Delegacia de Repressão a Crimes Contra a Saúde Pública (DRCCSP), delegado Marcos Cipriano, vai pedir a prorrogação da prisão temporária dos acusados de formar a quadrilha que contrabandeava e revendia anabolizantes em farmácias, academias e clínicas de estética. Para o delegado, não há dúvidas da participação de cada jovem preso no esquema.
- Um dos nossos agentes se infiltrou na quadrilha, fazendo aulas em academias e tratamentos em clínicas de estética - conta o delegado.
Nas escutas telefônicas, uma mulher identificada como Maria Conceição é flagrada fazendo encomendas a outra mulher, que trabalhava numa farmácia do Paraguai. Em uma das ligações, em janeiro, Conceição pede anabolizantes, remédios de uso veterinário e estimulantes sexuais. De acordo com as investigações, Conceição faz os pedidos por telefone e depois atravessa a fronteira de ônibus, para burlar a fiscalização.
O agente infiltrado conta que se arriscou ao seguir Conceição, principal fornecedora da quadrilha, em sua última viagem ao Paraguai.
- Eu fiquei no mesmo hotel que ela. Fui abordado diversas vezes por seguranças armados de escopetas. Para dormir, colocava o armário e a cama atrás da porta - conta o agente, que viajou no mesmo ônibus que Conceição.
Nos últimos seis meses, o grupo de investigadores da DRCCSP também conseguiu registrar telefonemas entre integrantes da quadrilha e consumidores.
Em algumas ligações, os envolvidos conversam em códigos e, um deles, encomendou uma arma. Foragido e dono de uma clínica de estética em Duque de Caxias, Ivo Vitalino também acabou alvo das escutas telefônicas da polícia, durante uma conversa com Fábio dos Santos, um dos presos. Fábio era funcionário da Farmácia Nilo, que funcionava em São João de Meriti e foi fechada pela polícia. Na conversa, Ivo 400 cartelas de comprimidos anabolizantes. De acordo com a polícia, ele revendia o medicamento, proibido pelo Ministério da Saúde, aos clientes da clínica que dirige.
Foi também por meio de escutas telefônicas que a polícia descobriu que os seguranças do Metrô José Carlos Oliveira dos Anjos e Manoel Pereira da Costa Filho distribuíam os anabolizantes nas estações.
- Eles tinham autorização para se locomover de uma estação para outra. Eles usavam essa vantagem para marcar encontros com os compradores sem que ninguém suspeitasse - explica um dos investigadores.

Fonte: O Globo - 18-02-2008


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