21-02-2008 - Governo revisa as imunizações

O Ministério da Saúde está revisando a cobertura de vacinas do calendário básico da criança em razão de possíveis falhas no Programa Nacional de Imunizações (PNI).
O último relatório sobre coberturas vacinais, divulgado em maio do ano passado, diz que, apesar de o país, em geral, ter índices satisfatórios de cobertura vacinal e controle adequado das doenças que elas previnem, há déficits localizados que podem trazer risco de reintrodução ou introdução de doenças.
A situação é um desafio para o PNI, esforço da União, estados e municípios que em mais de 30 anos de existência conquistou boa reputação, com marcos como a erradicação de varíola e paralisia infantil.
Os déficits de cobertura ocorrem principalmente em grandes municípios do país. Apenas seis capitais (Goiânia, Salvador, Curitiba, Vitória, São Luís e Belém) tiveram coberturas satisfatórias para todas as vacinas avaliadas no ano de 2006, por exemplo, mas especialistas apontam que os dados podem estar superestimados.
São Paulo e Rio de Janeiro não cumpriram as metas para a maior parte das vacinas que devem ser aplicadas em crianças de até um ano de idade.
Em todo o país, o principal déficit, segundo os dados de 2006, era na vacinação de hepatite B (70% das capitais não cumpriram a meta), seguida pela vacina tetravalente (contra difteria, tétano, coqueluche e um tipo de meningite), para a qual 59% das capitais tiveram resultados aquém do esperado.

Ministério reconhece eventuais distorções
Além disso, em nota técnica de justificativa da revisão da cobertura vacinal, divulgada em junho do ano passado, o ministério reconheceu que os dados atuais sobre coberturas estão "sujeitos a importantes erros de registro, transcrição, estimativa da população alvo e outros", o que pode trazer distorções nos dados disponíveis.
A nota aponta ainda preocupação com tendência de coberturas vacinais mais baixas nas camadas da população com melhores condições de vida.
- O ministério está preocupado com os dados de cobertura do país. Pelos registro das doenças que podem ser prevenidas com vacina, a cobertura é boa, mas é preciso que ela seja boa e homogênea - afirma o coordenador do inquérito que revisa a cobertura das vacinas, o epidemiologista José Cássio de Moraes.

Fonte: Diário Catarinense - 21-02-2008


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