04-03-2008 - "Uma revolução da medicina"

O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, afirmou ontem que a interrupção das pesquisas com células-tronco embrionárias seria um retrocesso para a medicina brasileira. Confira os principais pontos da entrevista:

Qual a importância da Lei de Biossegurança?
José Gomes Temporão - É uma revolução da medicina. Os primeiros resultados no mundo apontam para a possibilidade de tratamentos de doenças como de Parkinson e de Alzheimer, além de cânceres e de pessoas que perderam os movimentos em acidentes.
E por que as células-tronco de embriões?
Temporão - As células-tronco têm a capacidade dese modelar em diferentes tipos de tecidos. As que vêm dos embriões demonstram ser capazes de se transformar em qualquer órgão humano.
O senhor tem acompanhado essa discussão nos demais países?
Temporão - De perto. Países como Finlândia, Japão, Austrália, Coréia do Sul e Israel permitem as pesquisas. Os EUA tiveram de voltar atrás. A pressão de segmentos religiosos fez com que o presidente retirasse os incentivos de pesquisa em células-tronco, deixando os encargos para a iniciativa privada.
Como o senhor avalia o julgamento que se dará nesta semana no STF?
Temporão - Será um julgamento histórico para a pesquisa e medicina brasileiras. Estaremos dando as coordenadas se poderemos ou não usar essa tecnologia no tratamento de doenças ainda sem cura. Será um grande retrocesso para a pesquisa e para a medicina brasileiras, caso seja julgado inconstitucional.
Como está o Brasil nesse tipo de pesquisa?
Temporão - O Brasil acompanha esse movimento mundial e não tem ficado para trás. O Ministério da Saúde, em parceria com o Ministério da Ciência e Tecnologia, investe desde 2004 em estudos com células-tronco. Os primeiros resultados devem chegar em 2009. Daí se pode concluir que houve um longo tempo de maturação destas aplicações.

Fonte: Diário Catarinense - 04-03-2008


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