20-03-2008 - Mortes por dengue chegam a 47 no RJ; secretário admite epidemia

Já chega a 47 o número de mortos por dengue no Estado do Rio em 2008, segundo balanço da Secretaria estadual de Saúde. Ao menos 29 casos aconteceram na capital, de acordo com os últimos números divulgados pasta municipal da Saúde na quarta-feira (19).
Pela primeira vez, o secretário estadual de Saúde, Sérgio Côrtes, se referiu aos casos de dengue como uma epidemia, em entrevista ao "RJ TV", nesta quinta-feira.
Côrtes inaugurou hoje novos leitos exclusivos para pacientes com dengue na UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) pediátrica do hospital estadual Pedro 2º, em Santa Cruz (zona oeste). O secretário afirmou que vai abrir mais 80 novos leitos para vítimas da doença na semana que vem.
Ontem, o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, anunciou a implantação de um gabinete para tentar conter o crescimento da doença e o aumento de casos no Rio. Em nota à imprensa, a pasta atribui o alto número de casos à "baixa implementação das equipes de saúde da família e à desestruturação da atenção básica".
A nota não cita a prefeitura, mas segundo reportagem da Folha de S.Paulo (íntegra para assinantes do UOL e do jornal) desta quinta, o ministro responsabilizou o prefeito do Rio, Cesar Maia (DEM), pela explosão de casos de dengue.
De acordo com a reportagem, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se mostrou surpreso com a gravidade da situação e cobrou ontem explicações de Temporão. O ministro responsabilizou Maia e a administração municipal, que, segundo ele, não teria adotado os procedimentos técnicos para combater o mosquito Aedes aegipty, transmissor da doença.
Maia reagiu às acusações e acusou o ministério de esconder mortes. "O que ele [Temporão] deveria fazer é ir ao hospital federal Cardoso Fontes, em Jacarepaguá [zona oeste], onde está concentrada grande parte dos óbitos e perguntar o que acontece lá. E abrir mesmo que provisoriamente a emergência do hospital federal do Fundão [Ilha do Governador, zona norte] para ampliar o numero de leitos. E reabrir a emergência do hospital federal de Bonsucesso para atendimento. E abrir mesmo que provisoriamente os cinco andares fechados do hospital federal dos servidores do Estado. E explicar por que o Ministério da Saúde omitiu, escondeu os óbitos infantis ocorridos em 2007 no Piauí e no Maranhão, que só agora foram informados por técnicos do ministério", escreveu Maia.

Fonte: Folha de São Paulo - 20-03-2008


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