25-03-2008 - Surto de dengue não ameaça Santa Catarina

A epidemia de dengue que assola o Rio de Janeiro, onde já foram registrados 23,5 mil casos neste ano, não é motivo para colocar a população catarinense em alerta. Como o estado não registra casos de transmissão da doença e de infestação do mosquito Aedes aegypti, comenta Luiz Antônio Silva, diretor da Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina, não há necessidade de tomar medidas emergenciais como montar barreiras ou vistoriar veículos que vêm de outras regiões do país.
Apesar disso, Santa Catarina confirmou 12 registros da doença entre janeiro e o dia 14 de março, mas todos foram “importados”, ou seja, são pessoas infectadas em outros estados que tiveram a doença identificada nas unidades de saúdes locais. Neste mesmo período foram identificados 242 focos, porém, em todos eles foram tomadas medidas para eliminação do risco, assegurou o diretor.
Luiz Antônio Silva atribui o fato de não haver infestação nas cidades catarinenses ao trabalho de prevenção e à vigilância ao Aedes aegypti. “Para nós, a preocupação é maior com Paraná e São Paulo. Mas de qualquer forma, não há com o que se preocupar, pois estamos bem prevenidos”, diz.
Uma das técnicas empregadas no estado são as armadilhas, que são pneus de motocicletas preenchidos com água e distribuídos em vários pontos das cidades. Nesses locais se cria o ambiente ideal para chamar o mosquito. “Eles são colocados em um raio de 100 imóveis e semanalmente vistoriados. Se foram encontradas larvas, os agentes da dengue percorrem a redondeza para identificar focos e também em casas ou estabelecimentos próximos”, explica. Em Santa Catarina, há hoje 18 mil armadilhas deste tipo.

Capital tem plano de emergência
Em Florianópolis, a Vigilância Epidemiológica também não reforçará as ações por conta do surto do Rio. “O programa de combate à dengue é contínuo. No verão, intensificamos o trabalho de prevenção e de monitoramento dos focos em empresas de transporte de passageiros e de carga”, explica Ana Cristina Vidor, coordenadora da Vigilância Epidemiológica do município.
Mesmo sem risco à vista, a capital tem um plano de reserva se ocorrerem casos de transmissão de dengue no estado. “Temos como organizar o sistema de saúde, especialmente os postos de saúde, para fazer o diagnóstico cedo”, comenta. Neste ano, ocorreram dois casos da doença na capital e 10 focos do mosquito até março.
Em São José, as armadilhas para detecção de possíveis focos também foram montadas nas empresas de ônibus, de transporte de mercadorias, correios, depósitos de carros, entre outras. “Fazemos também orientações e visitas domiciliares!, conta Sandréa Vaz, diretora da Epidemiologia de Saão José. Em 2008, até o momento, foram identificados dez focos e nenhum caso de dengue.

Prevenção chega às empresas
O Sesi/SC também deflagrou campanha para transmitir aos trabalhadores das empresas associadas medidas para auxiliar na eliminação dos focos do mosquito, inclusive no fim do verão, quando as condições de altas temperaturas e chuvas são propícias ao desenvolvimento do transmissor da doença.
As orientadoras do Sesi/SC aproveitam o programa Ginástica da Empresa para distribuir aos colaboradores uma cartilha e dar dicas simples de como reconhecer o mosquito, como combatê-lo e quais são os principais sintomas da doença.

Principais sintomas da doença
O vírus da dengue se apresenta de quatro formas diferentes, que vão desde a forma inaparente, em que a pessoa não tem sintomas, até os quadross de hemorragia, que podem levar o doente ao óbito. Há suspeita de dengue em casos de doença febril aguda com duração de até sete dias, que se apresente acompanhada de pelo menos dois dos seguintes sintomas: dor de cabeça, dor atrás dos olhos, dores musculares, dores nas juntas, prostração e vermelhidão no corpo.

Fonte: Notícias do dia - 25-03-2008


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