27-03-2008 - SC se arma contra a dengue

As 293 cidades catarinenses precisam manter o alerta para impedir a chegada e a proliferação do Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue. O Estado é o único do País sem ocorrência da dengue autóctone, ou seja, com contaminação local. Todas as ocorrências da doença em pessoas foram importadas, contraídas em outras regiões do Brasil, ao contrário do Rio de Janeiro, que enfrenta uma epidemia e já registrou 54 mortes este ano.
Onde não há o agente transmissor infectado (mosquito), não há a possibilidade da doença. Isso só vai acontecer se o mosquito picar uma pessoa contaminada e, depois, transmitir para outra pessoa.
Enquanto autoridades dos serviços de Vigilância Epidemiológica mantêm o monitoramento em estradas, portos e aeroportos, a população é convocada a tomar medidas simples, como não jogar lixo em locais que possam acumular água. O alerta é dado por Suzana Zeccer, da gerência de zoonoses e entomologia da Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Saúde do Estado: “Os municípios são responsáveis pelas ações de vigilância e controle. As rotinas são mantidas para que o inseto seja detectado de forma precoce. A situação do Rio é grave, mas não existe necessidade de medidas diferentes das tomadas até aqui em Santa Catarina”, diz Suzana.
Até terça-feira, eram 269 os focos do mosquito em 25 cidades catarinenses localizados este ano. Chapecó (91), Balneário Camboriú (34) e São Miguel do Oeste (32) lideram a lista da ocorrência dos focos. Em Florianópolis, foram detectados dez.
A intensificação na vigilância em todos os municípios é a principal estratégia no controle do mosquito. São cerca de 15 mil armadilhas espalhadas pelo Estado.
Na Capital, fiscais da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) são responsáveis pelo controle da dengue nos aviões que chegam ao Aeroporto Internacional Hercílio Luz. Passageiros vindos do Rio não passam por avaliação. O coordenador estadual da agência, Telesmagno Neves Teles, explica que o trabalho dos fiscais é feito mediante solicitação dos comandantes das aeronaves. “Quando acontece uma situação de ter um caso suspeito da doença, o comandante da aeronave avisa a Infraero, que informa a Anvisa”, ressalta.Caso a doença seja constatada pelos agentes sanitários, o passageiro é encaminhado para uma unidade de referência da cidade.
No Terminal Rita Maria, local de grande fluxo de passageiros, quatro agentes trabalham no controle da dengue, verificando produtos, pessoas e os ônibus.

Os números:
Içara 2
Criciúma 5
Laguna 2
Bal. Camboriú 34
Florianópolis 10
São José 11
Biguaçú 1
Itajaí 14
Bal. Piçarras 1
Blumenau 16
Rodeio 4
Joinville 19
Garuva 2
Jaraguá do Sul 1
Rio dos Cedros 3
Benedito Novo 3
Canoinhas 1
São Miguel do Oeste 32
Dionísio Cerqueira 6
Belmonte 1
Chapecó 91
Concórdia 6
São Fco. do Sul 1
São José do Cedro 1
Tubarão 1

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Chapecó
Reforço de 22 fiscais de saúde

O aumento da incidência de focos do mosquito em Chapecó, no Oeste, levou a Prefeitura a contratar mais agentes de saúde para atuar contra a proliferação do inseto. De acordo com o coordenador da Vigilância Ambiental do município, Junir Antonio Lutinski, o número de profissionais de campo vai passar de 28 para 50 a partir da próxima semana. O motivo é que o número de focos chegou a 99 até ontem, sendo 47 somente no mês de março. Em um único dia, segunda-feira, foram registrados oito focos. Uma das causas da forte presença do mosquito é que milhares de caminhões chegam ou passam a cidade diariamente, muitos vindos de regiões onde a doença está presente.
Os bairros mais infestados são o São Cristóvão, Cristo Rei, Bela Vista e Passo dos Fortes, na entrada da cidade. No ano passado, Chapecó teve 465 focos. Por isso, foi montado um esquema de monitoramento da doença. São 365 armadilhas de pneus com água e 300 pontos de monitoramento em borracharias, ferros-velhos e cemitérios, entre outros. Esses pontos são monitorados quinzenalmente. Além disso, foram recolhidos 3,1 mil pneus este ano.
A supervisora das agentes de saúde, Sandra Werlang, informou que num raio de 300 metros de cada foco são visitadas 100% das casas. A agente Janete Ferreira é uma das responsáveis pelas visitas no bairro São Cristóvão. Ela verifica se não há depósitos de água em pneus, vasos de flores ou garrafas. As caixas de água precisam estar bem fechadas. Ontem, na casa da família Paludo, foram encontrados alguns pratos com água que poderiam ser ponto de reprodução do mosquito. A dona-de-casa Indiara Paludo ouviu as orientações que iria repassar para os familiares.

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Jaraguá do Sul
Três focos são monitorados

A Secretaria Municipal de Saúde monitora três focos do mosquito nos bairros Ilha da Figueira, Vila Lenzi e Centenário, com uso de larvicidas em água parada e ralos. Empresas e casas são visitadas e os moradores recebem fôlderes com orientações de como manter o mosquito longe. De acordo com a supervisora de zoonozes, a médica veterinária Regiane Candice Schiochet, nas 334 armadilhas distribuídas pelos bairros as vistorias são semanais. Já os 141 pontos estratégicos – em borracharias, ferros-velhos, floriculturas, cemitérios, transportadoras, hotéis e rodoviária – são visitados quinzenalmente. Para cobrir a cidade, a secretaria dispõe de oito agentes.

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Criciúma
Ação preventiva em empresas

O Programa Municipal de Combate à Dengue reforça as medidas preventivas para que a cidade continue livre da doença. Apesar dos focos encontrados em armadilhas instaladas em empresas com grande concentração de caminhoneiros, nenhum caso da doença foi registrado na cidade nos primeiros meses de 2008, segundo o coordenador do programa, Jeberson Gorges. Cerca de 640 armadilhas estão instaladas em todos os bairros da cidade para controle da proliferação do mosquito. Semanalmente, os locais são visitados. "Os agentes fazem a identificação do vetor e o levantamento em uma área de 300 metros e retiram de tudo o que possa acumular água parada."

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Joinville
Alerta em locais estratégicos

Alguns pontos estratégicos, como cemitérios, receberam faixas para orientar a população a substituir a água dos vasos por areia. Até ontem, 19 focos de larvas do mosquito haviam sido encontrados na cidade em 2008. O número supera o mesmo período do ano passado, quando o Programa de Controle da Dengue (PCD) registrou 15. Segundo a coordenadora do PCD, Maíres Baggio, os agentes fiscalizam toda semana as 1.902 armadilhas instaladas em áreas de risco e quinzenalmente os pontos estratégicos, como transportadoras, distribuidoras, borracharias, ferros-velhos, floriculturas e cemitérios. Para ela, o que falta à população é conscientização, pois, em muitos locais há lixo espalhado pelos terrenos, o que dificulta o combate à doença. Em 2008, já foram registrados 36 casos suspeitos da doença, dois foram confirmados, mas a contaminação não ocorreu na cidade.

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Tubarão
Captura do mosquito

A Vigilância Epidemiológica está intensificando os trabalhos de prevenção à dengue na cidade do Sul do Estado. O aumento no número de armadilhas para captura do mosquito é o primeiro passo dos agentes de saúde. De acordo com a responsável pelo programa de prevenção, Claudete Soares, o número de armadilhas para capturar o Aedes aegypti passará de 213 para 400.
Os locais estratégicos também serão ampliados de 80 para 120. “Estamos com mais dois agentes para esse trabalho e a conversa com a população também é uma grande arma”, conta. Nos próximos dias, as equipes irão percorrer escolas do município para alertar e passar orientações às crianças.
A partir de segunda-feira, estabelecimentos como borracharias, recauchutadoras de pneus e floriculturas também serão visitados para análise dos ambientes.

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Faça a sua parte

A dengue é provocada por um mosquito (veja imagem na página ao lado). Se você ver um bicho parecido, chame um adulto. Água que fica parada em potes, vasos e pneus também não é coisa boa. Lembre seus pais de que isso é perigoso, pois atrai o mosquito. Com gesto simples como esse, você pode ajudar a proteger sua família da doença.

Fonte: AN - 27-03-2008


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