02-04-2008 - Empresas pressionam, e ANS nega reajuste

O diretor de normas e habilitações da Agência Nacional de Saúde (ANS), Alfredo Cardoso, reafirmou ontem que não haverá reajuste este ano, apesar da pressão que as operadoras estão fazendo, inclusive na Justiça: dois processos pedem a suspensão da medida.
A data-base da maioria dos planos é em maio, apenas um mês após o início da nova norma.
- Haverá um impacto financeiro, mas não se sabe qual. Não teremos em um mês o real dimensionamento e reajustar preventivamente não nos deixaria confortáveis com os consumidores - disse ele.
Para o presidente da Associação Brasileira de Medicina de Grupo, Arlindo de Almeida, a medida da ANS aumenta o processo de concentração do mercado.
- Vemos bem latente a possibilidade de quebra de empresas. No início da regulação, as fusões e aquisições sanearam o mercado, mas agora estamos vivenciando o fim das operadoras regionais, que estão sendo engolidas pelas gigantes do setor - disse ele.
De acordo com Almeida, o lucro das empresas é de cerca de 2% ou 3%, insuficiente para absorver os novos custos. O diretor da ANS contesta a informação e diz que a lucratividade gira em torno de 5% a 8%.
Há dois processos na Justiça Federal do Rio de Janeiro, com pedido de liminar, contra o novo rol de procedimentos. Eles são movidos pelo Sindicato Nacional das Empresas de Medicina de Grupo (Sinamge) e pelas Unimeds. Os dois aguardam a manifestação da ANS para serem julgados, mas não impedem a vigência a partir de hoje da nova cobertura.

Fonte: Diário Catarinense - 02-04-2008


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