Subiu para 68 o número de mortos por dengue no Estado do Rio neste ano, segundo balanço divulgado na noite de ontem pela Secretaria Estadual de Saúde. Do total, 48 mortes foram confirmadas na cidade do Rio de Janeiro.
O 68º morto por causa da doença é Nivaldo Ian Pinheiro, de seis anos. Morador de Bangu (zona oeste), o menino Nivaldo morreu na última sexta-feira em um hospital particular de Niterói (região metropolitana).
A Secretaria Estadual de Saúde ainda não confirmou o diagnóstico de Danilo Romano de Souza, 14 anos, que morreu no sábado no hospital Pedro 2º, em Santa Cruz (zona oeste). Há suspeita de que a causa da morte tenha sido a dengue. Em nota, a secretaria disse que Danilo apresentava "quadro de lesão ortopédica" e que seu exame de sangue não mostrava queda de plaquetas – típico de casos mais graves da doença – quando chegou ao hospital, no dia 1°.
Mesmo assim, não foi medicado com remédios indicados contra dengue. Quando retornou ao hospital, três dias depois, Danilo foi colocado no soro, mas, segundo a secretaria, não resistiu e morreu. O órgão informou que a causa da morte será revelada por necropsia do Instituto Médico Legal (IML) e por comissão interna da secretaria.
O governador do Rio, Sérgio Cabral, anunciou ontem um pacote de ações para o combate à epidemia de dengue no Estado. Entre os itens estão a inauguração de mais tendas de hidratação, contratação de médicos, novos projetos de lei para controlar focos da dengue e a mobilização da polícia no combate ao foco de mosquitos Aedes aegypti.
OMS alerta Brasil para ameaça cada vez maior
A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou ontem que o Brasil terá de estar preparado para uma ameaça cada vez maior de dengue, assim como de cólera e febre amarela. A entidade apontou para a explosão de doenças que as mudanças climáticas poderão gerar, principalmente nos países em desenvolvimento, e pediu que os governos fortaleçam seus sistemas de saúde.
A OMS está preparando uma equipe para ser enviada ao Brasil para debater a situação. No mundo, a alta nas temperaturas poderia colocar mais de 2 bilhões de pessoas em risco de contaminação pela dengue até 2080. Parte dessa população estaria na Ásia e na América Latina.
Novas medidas
- Instalação de quatro novas tendas de hidratação em Realengo, Méier, Gávea e Campo Grande
- Capacitação de funcionários da Cedae (companhia local de água e esgoto) para atuar no combate aos focos do mosquito da dengue durante visitas a residências
- Reunião com empresas de coleta de lixo para implementação de força-tarefa na região metropolitana
- Mobilização da Empresa de Obras Públicas do Estado do Rio (Emop) e de empresas envolvidas com o PAC para o projeto "Lixo Zero nas comunidades de Manguinhos, Rocinha e Alemão
- Criação de Projetos de Lei obrigando fabricantes de caixa dágua a vender tampas avulsas e determinando que veículos recolhidos não fiquem mais de 90 dias nos pátios das delegacias
- Realização de campanhas educativas em escolas e nas estações do metrô, da Supervia, da Barcas e nos terminais rodoviários
- Utilização da estrutura do Detran, da Suderj, da Defensoria Pública e das polícias Civil e Militar para aumentar o alcance de campanhas educativas no Estado sobre a doença
Mais:
Médicos de fora começam a chegar (página 24)
Fonte: Diário catarinense - 08-04-2008