08-04-2008 - Saúde pública amplia sofrimento

No Dia Mundial de Luta Contra o Câncer, a doença com maiores índices de mortalidade no mundo, quem enfrenta a enfermidade acaba esbarrando também em outro problema: a rede pública de saúde. No hospital do Cepon, em Florianópolis, entidade referenciada no tratamento do câncer na região, os pacientes internados reclamam da falta de médicos. Enquanto isso, quem procura o ambulatório, no bairro Itacorubi, para fazer exames, é orientado a se dirigir aos postos de saúde, ecarando longa espera.
A dona de casa Zenaide Kwiek, 49 anos, há sete luta contra o câncer, mesmo depois de uma cirurgia para retirar a mama direita. A doença acabou avançando para os ossos, e hoje ela sente dores pelo corpo e só se movimenta em cadeira de rodas. Depois de passar uma semana internada no hospital do Cepon, preferiu voltar para casa pela precariedade no atendimento. “Tirei ela de lá porque não tinha médico. É um absurdo”, contesta o marido Douglas Kwiek, 49 anos.
Outra dificuldade enfrentada pelos pacientes é a dificuldade para marcar exames, documentos necessários para que sejam realizadas as seções de quimioterapia e outros tratamentos. O pescador Hélio de Souza, 45 anos, enfrenta o câncer na medula óssea há um ano. A doença reduziu os movimentos de Hélio, que aposta na ciência e nos médicos para voltar a pescar em Governador Celso Ramos, onde mora. No entanto, para fazer o exame de sangue, foi orientado no ambulatório do Cepon a procurar um posto de saúde. “Não podemos esperar três meses para fazer o exame no posto”, lamenta a irmã e cuidadora, Adélia Duarte, 54 anos.
De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde, hoje, às 11 horas, dirigentes do órgão, Fahece e representantes do Hospital Celso Ramos realizam reunião para avliar os problemas referentes à falta de médicos e dificuldade na marcação de exames para pacientes do Cepon. A intenção é definir responsabilidades entre os órgãos e normalizar o atendimento aos pacientes com câncer.

Fonte: Notícias do Dia - 08-04-2008


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