16-04-2008 - Sem exageros no uso da voz

Hoje, data em que se lembra o Dia Mundial da Voz, uma preocupação: mais de 60% de profissionais como professores, músicos e locutores têm ou tiveram problemas nas cordas vocais. O índice cai para 20% entre pessoas que não dependem da voz. A cada cem pessoas, 20 têm rouquidão, perda da voz, cansaço para falar, tosse freqüente ou ardência na garganta. A realidade de Jaraguá do Sul não é diferente e o índice nacional se mantém na região.
A médica otorrinolaringologista Paula Zimath trabalha há seis meses na cidade, numa clínica mantida pela Associação Assistencial dos Deficientes Auditivos e Visuais (Aadav), e já percebeu que a maioria dos jaraguaenses sofre com rinites alérgicas. A umidade facilita a proliferação de fungos e ácaros que causam as rinites - irritações nas vias aéreas.
A secreção produzida é eliminada pelo nariz, mas também escorre pela garganta, o que pode irritar as cordas vocais. Para evitar as alergias, a médica Paula recomenda manter os ambientes arejados, expor roupas de cama ao sol e evitar contato com locais muito fechados. A laringite é uma das conseqüências da irritação, que pode se transformar em cistos na garganta dependendo da freqüência da doença.

Mantenha o tom 
- Procure falar sempre no mesmo tom. Não gritar, nem sussurrar. 
- Hidrate as cordas vocais. Tome de 1,5 litro a 2 litros de água por dia, em temperatura ambiente. 
- Evite bebidas alcoólicas e não fume. O cigarro e o álcool são os principais causadores de câncer na laringe. 
- Não coma alimentos que causam azia ou refluxo. Os principais a serem evitados são comidas ácidas, frituras e cafeína e chocolate em excesso. 
As cordas vocais são duas "fitas" que se abrem e se fecham para a passagem do som. 
Saiba mais 
DUAS DÉCADAS 
A Aadav foi criada há 20 anos. Atende em média 150 pessoas por dia, a maioria com perda auditiva. 
TESTE DA ORELINHA  
Pela Aadav já passaram 11.300 recém-nascidos. Eles fizeram o teste da orelhinha, que permite a prevenção da surdez. 

------------------------------

Descansar previne lesões
As cordas vocais são duas "fitas" que se abrem e se fecham para a passagem do som. O mau uso da voz - como gritar, pigarrear ou não dar intervalos para que as cordas vocais descansem - provoca problemas. Calos vocais, cistos (acúmulo de muco) e atrofias na musculatura estão entre as lesões benignas mais comuns das cordas vocais. Mas há também o câncer de laringe, uma lesão maligna.
O Brasil é o 2º País no mundo em incidência da doença, de acordo com a médica otorrinolaringologista Paula. A boa notícia fica por conta do percentual de cura (90%), em casos de diagnóstico em estágio inicial. O exame que pode apontar problemas nas cordas vocais é simples, rápido e pode ser feito em consultório.
A operária Giandréia Ragonha, 27 anos, levou a filha Lauana, de três anos, ao consultório do Serviço de Terapias Especializadas (STES) para descobrir a causa das laringites que a filha vem desenvolvendo. A doença exige uso de antibióticos e também causa rouquidão em alguns momentos. Com um raio X da face, a médica poderá verificar o que está causando a inflamação.
Durante a consulta com a médica Paula Zimath, Giandréia aproveitou para ver como andam a garganta e as cordas vocais. Num exame simples e sem dor, a laringoscopia, soube que a musculatura da voz estava bem.

Fonte: AN - 16-04-2008


  •