Após assembléia geral realizada no último di 10, na sede do Sindicato dos Médicos do Pará (Sindmepa), médicos da Santa Casa de Belém decidiram paralisar o atendimento a partir do dia sete de maio. A proposta feita pelos obstetras foi ratificada por todo o corpo médico da instituição. Entre as reivindicações, estão melhores condições de trabalho e remuneração.
Desde janeiro deste ano, a categoria médica sofre com atrasos no pagamento. Segundo o sindicato, a situação estava tão difícil, que os anestesistas começaram a sair da instituição. de Acordo com o diretor do Sindmepa, Wilson Machado, o atraso nos salários era apenas a ponta do iceberg. “Há muito tempo que a Santa Casa não tem anestesistas próprios; todos são contratados. Então, considerando uma remuneração muito aquém do mercado, associada a atrasos no pagamento, criou-se um ambiente insustentável para o profissional”, explica o diretor. Em média, um especialista ganha R$ 1.200.
Em reunião com a direção da Santa Casa, na última sexta-feira, 11, o presidente da instituição, Anselmo Bentes, falou sobre os projetos já aprovados para a melhoria na infra-estrutura do hospital e ratificação do perfil de média e alta complexidade que, em médio prazo, fecharia as portas para a atenção básica no hospital. O Sindicato ouviu tudo atentamente e reafirmou a posição tomada durante a assembléia dos médicos.
Apesar de os diretores negarem sua influência com relação à negociação salarial junto ao governo, o também diretor do Sindmepa, Waldir Cardoso, foi enfático. “A Santa Casa tem várias alternativas para oferecer aos médicos gratificações e penduricalhos. Mas nós estamos discutindo salário e salário se discute com o governo e a Santa Casa é governo. Portanto, o reajuste dessa remuneração vamos discutir com a Santa Casa”, ressaltou.
O Sindmepa deu prazo de até o dia 24, data da próxima assembléia geral, para que a Santa Casa se manifeste por escrito em relação a essas reivindicações. Dependendo da proposta da instituição, a paralisação pode ser cancelada.
“Nosso objetivo é prestar um atendimento de qualidade, em conformidade com o que é justo financeiramente para o profissional e para a população”, conclui Waldir Cardoso.
Fonte: Assessoria de imprensa do Sindmepa - 16-04-2008