29-04-2008 - Hemosc - Mais segurança nas transfusões

O Centro de Hematologia e Hemoterapia de Santa Catarina (Hemosc) está testando um kit com tecnologia nacional para detectar se os doadores de sangue são portadores do vírus HIV e da hepatite C.
Os testes realizados hoje permitem que uma a cada cem mil pessoas submetidas à transfusão receba sangue contaminado. Com a nova tecnologia, esse número será de uma em cada 1 milhão.
Os exames realizados no sangue dos doadores, atualmente, têm um período de "janela imunológica" de 60 dias para hepatite C e de 22 dias para o HIV. Isso significa que se uma pessoa se contaminou hoje com o vírus da AIDS, a doença só será detectada após 22 dias. Se o novo exame for aprovado nas pesquisas, esse período cai para 11 dias.

Doações são motivadas pelo resultado do teste de HIV
O que proporciona essa rapidez é que o novo exame detecta diretamente a presença do vírus no sangue. O antigo, detecta anticorpos que o organismo da pessoa infectada produz em resposta à ação do vírus.
A chefe do laboratório de sorologia do Hemosc, Andrea Petry, conta que muitas pessoas vão ao centro interessadas não em doar sangue, mas em realizar o teste do HIV.
- Nós garantimos o anonimato. Então, é mais interessante para eles. Pois muitos não se sentem confortáveis em ir ao laboratório do bairro, onde podem encontrar algum conhecido - disse Andrea.
Andrea considera muito alto o risco de uma em cada cem mil pessoas poder receber sangue contaminado e ressalta a importância do desenvolvimento da tecnologia brasileira.
Financiado pelo Ministério da Saúde e desenvolvido pela Fundação Oswaldo Cruz, pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e pelo Instituto de Biologia Molecular do Paraná, o kit, que engloba máquinas que decompõem o vírus, está sendo testado em Florianópolis devido à qualidade dos trabalhos realizados pelo Hemosc da cidade.
Até ontem, 1,2 mil pessoas haviam aceitado participar do estudo, que irá analisar 5 mil amostras. Se aprovado, o teste deve ser regulamentado em 2009 pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Fonte: Diário Catarinense - 29-04-2008


  •