29-04-2008 - Médico catarinense defende a prevenção ao suicídio como questão de Saúde pública

A diretora-geral da Secretaria de Estado da Saúde (SES), Carmen Zanotto, e o superintendente de hospitais públicos estaduais da SES, dr. Lester Pereira, participam nos dias 29 e 30 de abril, em Porto Alegre, do Seminário Nacional “Violência: uma Epidemia Silenciosa”, promovido pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS) para debater o impacto da violência sobre a Saúde pública. Durante o evento, o médico Alan Índio Serrano, psiquiatra do CEPON, também estará apresentando a obra “Chaves do Óbito Autoprovocado”, editado com patrocínio da Secretaria de Estado da Saúde, Fapesc, Cepon e Univali.
Com enfoque na prevenção ao suicídio, o livro, com 312 páginas, faz uma complexa abordagem da contribuição que diferentes setores da sociedade podem dar diante de situações que, se não forem manejadas corretamente, podem culminar com a morte autoprovocada. A obra questiona, por exemplo, como a opinião pública, familiares e funcionários da área da Saúde, incluindo as equipes de Saúde da Família, podem contribuir na prevenção da violência autodirigida; quais cuidados precisam ser tomados, em caráter emergencial, diante de um paciente autodestrutivo; e por que a Região Sul tem taxas tão altas de suicídio.
Quem convive com pessoas capazes de provocar o próprio óbito pode reverter ou estimular a decisão, dependendo de suas ações e da forma como fala sobre o tema. “Em uma escola onde houve registro de suicídio, por exemplo, é preciso orientar todo o quadro de funcionários para evitar sensacionalismo ou comentários inadvertidos que, mesmo sem intenção, possam assumir o caráter de propaganda do suicídio”, alerta dr. Alan, que já recebeu os prêmios Ulisses Vianna Filho e Luiz Cerqueira, da Associação Brasileira de Psiquiatria, por suas pesquisas na área.
O Seminário Nacional “Violência: uma Epidemia Silenciosa”, também contará com a presença do Ministro da Saúde, José Gomes Temporão, do presidente do CONASS, Osmar Terra, e de especialistas que vão apresentar experiências nacionais e internacionais envolvendo as várias faces da violência e a importância de uma ação inter-setorial para combatê-la. O encontro pretende ainda aprofundar questões relevantes como o impacto do uso de álcool e drogas, a violência na adolescência e a violência no trânsito.
Dados preliminares do Sistema de Informações de Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde, referentes a 2006, indicam que neste ano ocorreram 47.477 óbitos por homicídio (130 por dia), 34.954 mortes no trânsito (96 por dia) e 8.344 suicídios (23 por dia), o que equivale a 249 mortes ocorrendo a cada dia. Diariamente, os serviços de saúde recebem vítimas em situações de urgência e emergência, oferecendo o acompanhamento necessário para o restabelecimento das condições de saúde e reabilitação dessas vítimas.
A violência gera impacto direto nos custos do Sistema Único de Saúde. Isso equivale a quase R$ 1 bilhão por ano, segundo estimativa feita pelo Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea), com base em dados de 2004. O Seminário Nacional “Violência: uma Epidemia Silenciosa” é fruto da realização das cinco etapas regionais onde, ao todo, foram selecionadas 118 experiências intra e inter-setoriais, de serviços públicos estaduais e municipais ou de instituições de ensino e pesquisa que buscam enfrentar o problema não só no atendimento das vítimas, mas também nas ações de prevenção da violência e promoção da saúde.

* O Seminário poderá ser acompanhado pela internet através do endereço www.saude.gov.br/emtemporeal / CONTATO COM DR. ALAN: (48) 3028-9096.

Fonte: SES - 29-04-2008


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