O Ministério da Saúde lançou, ontem, em Brasília, a Campanha de Incentivo ao Parto Normal. O evento contou com a presença do ministro José Gomes Temporão. O diretor do Departamento de Ações Estratégicas do Ministério, Adson França, explicou que a cesariana é um avanço da ciência, mas tem sido adotada de forma indiscriminada.
Um levantamento encomendado pelo Ministério da Saúde demonstra que a cesariana já representa 43% dos partos realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Entre as mulheres que utilizam planos de saúde, esse percentual chega a 80%.
O parto normal é apontado como mais seguro tanto para a mãe quanto para o bebê. De acordo com a recomendação da Organização Mundial da Saúde, as cirurgias deveriam corresponder a, no máximo, 15%.
A alta prevalência das cesáreas leva a uma série de prejuízos. Estudos demonstram que fetos nascidos antes do período normal de gestação (40 semanas) têm 120 vezes mais chances de desenvolver problemas respiratórios agudos e acabam precisando de internação. Para as mães, há mais chances de hemorragia, infecção no pós-parto e recuperação mais difícil, além de custos mais elevados.
Outro aspectos que causa o aumento das cesáreas é o menor tempo de assistência médica necessária, em relação ao parto normal. Por isso, a campanha também sensibilizará os profissionais de saúde.
Fonte: Diário Catarinense - 07-05-2008